O que você guarda dentro?

(Para leer ese texto en Español pincha en: Soy Jardín)

ilustración claudine bernardes
Ilustração: Claudine Bernardes

Sou Jardim

Posso parecer uma muralha sombria,
feita de ásperas pedras,
enegrecida pelo tempo.
Mas, dentro conservo um jardim,
onde vivem flores e pássaros.
Dentro de mim a vida sorri.

Ainda que pareça velha,
porque sou velha,
o tempo dentro de mim se congelou.
Se te atreves a olhar-me,
despojado de preconceitos,
verás que por dentro sou um jardim.
Que as flores nascem dentro de mim.

Sei que chegará o dia,
em que meus movimentos se retardem,
que meus músculos se travem.
Inclusive a memória,
o bem mais precioso que tenho,
se irá e me deixará.
Ainda assim, se te atreves a olhar-me,
despojado de preconceitos,
verás que dentro levo canção.

Porque na minha vida, as vezes amarga,
por momentos tormentosa e afligida,
sempre fui uma muralha,
que guardava dentro um jardim
e uma bela canção.
Fora…
fora deixei tudo o que é feio,
mau e sujo.
Tudo o que poderia matar o jardim
que guardo dentro.

(Claudine Bernardes)

Meu conselho de hoje é simples:

Ainda que lá fora ocorra um furacão, ainda que não sejas belo ou já não sejas tão jovem, guarde dentro a sua beleza. Custodia como um tesouro o mais valioso que você tem, porque o que você leva dentro é a essência do seu caráter.

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
Provérbios 4:23 

O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração”.
Lucas 6:45

você o que leva dentro?

Obrigada por passar pela minha Caixa de Imaginação. Espero os seus comentários. Até logo. 😉

21 comentários sobre “O que você guarda dentro?

  1. Este poema eu fiz para uma grande amiga minha, que estava num momento muito triste de sua vida.

    Aja

    Conte-me sua verdade:
    Que seja boa e seja novidade!
    Não ande à-toa assim, pela cidade!
    Não se humilhe nem peça caridade!

    Não se entregue, assim, tão cedo…
    Não se reprima, não caia em degredo!
    Não se revele ou traia seu segredo!
    Faça seu sonho suplantar seu medo!

    Cumprimente o novo dia!
    Faça brilhar o olhar em euforia!
    Mude o seu jogo em doce rebeldia!
    Transforme seu gemido em melodia!

    Imponha sua fidalguia!
    Não seja escravo de sua covardia!
    Encare a luta com toda a ousadia!
    Ria da raiva com muita alegria!

    Faça-me a gentileza
    De me mostrar um pouco da beleza
    Que ainda existe em sua pureza,
    Sem desvaler a sua fortaleza!

    Desperte dessa apatia!
    Seja mais forte do que a tirania
    Do comodismo que em covardia
    Quer transformar a sua simpatia!

    Determine o seu destino!
    Seja mais forte, não seja um menino!
    Seja sereno no seu desatino!
    Não estacione: seja um peregrino!

    Saia de sua cadeia!
    Solte o furor que prende em cada veia!
    Liberte a frustração que lhe incendeia!
    Prenda seu alvo, firme-o em sua teia!

    Aja com toda a coragem!
    Não se acomode, não perca a viagem!
    Deixe sua marca em cada passagem!
    Espalhe aos ventos a sua mensagem!

    Sempre que apanhar, aprenda!
    Não se exaspere, nunca se arrependa!
    Valha seu preço, não se ponha à venda!
    Seja o herói de sua própria lenda!

    Cumpra seu papel na História!
    Faça patente a sua memória!
    Seja valente, assuma a vitória:
    Você nasceu para ascender à Glória!

    Lute, mude, lute, mude, lute, mude, lute, mude…
    Ande, mande, ande, mande, ande, mande, ande, mande…
    Ganhe, apanhe, ganhe, apanhe, ganhe, apanhe, ganhe, apanhe…
    Veja, seja, veja, seja, veja, seja, veja, seja…

    Diga, siga, diga, siga, diga, siga, diga, siga…
    Voe, doe, voe, doe, voe, doe, voe, doe…
    Grite, dite, grite, dite, grite, dite, grite, dite…
    Sonhe, acorde, sonhe, acorde, sonhe, acorde, sonhe, acorde…

    Escolha, colha, escolha, colha, escolha, colha, escolhe, colha…
    Venha, tenha, venha, tenha, venha, tenha, venha, tenha…
    Recuse, acuse, recuse, acuse, recuse, acuse, recuse, acuse…
    Convença, vença, convença, vença, convença, convença, vença…

    Transforme, informe, transforme, informe, transforme, informe…
    Esquente, aguente, esquente, aguente, esquente, aguente…
    Sacuda, acuda, sacuda, acuda, sacuda, acuda, sacuda, acuda…
    Apite, agite, apite, agite, apite, agite, apite, agite, apite…

    (Samba – Olinda, 18 de novembro de 2001)

    Curtido por 2 pessoas

  2. Embora eu tivesse escrito para ela, minha amiga Lúcia, e tivesse musicado em forma de samba, ela preferiu que usasse o masculino, para definir a pessoa a quem destinava a canção, por dois motivos: para não causar desavença entre ela e seu namorado (o motivo de sua depressão naquele momento); e porque hoje em dia as mulheres estão abdicando de sua feminilidade, definindo-se cada vez mais em termos masculinos, e ficaria “fora de moda” se eu dissesse “seja a heroína de sua própria lenda…”, por exemplo. Escrito em termos masculinos, poderia parecer, aos namorado, que era uma composição casual.

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário