Resenha Filme: Caçadores de Obras-primas

Monuments Men

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Foto de arquivo: Claudine Bernardes

Estava desenvolvendo minhas atividades de “Amélia” no supermercado, quando me deparei com o DVD “Caçadores de Obras-primas “(Monuments men), por apenas seis euros. Fiquei tão emocionada quando o encontrei que até esqueci dos tomates! Talvez se esteja perguntando: não seria mais econômico baixar da internet? Me chame de boba se quiser, mas sou do tempo em que se costumava valorizar o trabalho realizado por outros e, portanto, respeito os direitos de autor.

O filme está baseado no livro de Robert M. Edsel, e conta a história de um grupo de especialistas em artes que, durante a Segunda Guerra Mundial, se alistam no exército americano. Sua missão é recuperar o patrimônio histórico e artístico roubado pelos nazistas. Deixo para verdadeiros críticos dizer qualquer coisa sobre a qualidade do filme, do elenco ou do roteiro. Simplesmente quero chamar a atenção sobre a importante mensagem que ele aporta: A importância de proteger a história de um povo.

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Imagem dos verdadeiros “Monuments Men”.

Conforme palavras do crítico de cinema Márcio Sallem: “Para destruir uma nação não basta apenas invadir seu território, aniquilar suas estruturas e exterminar seu povo, mas também riscar dos anais da história toda sua memória cultural. Era isto que Adolf Hitler, cujo passado nebuloso na Academia de Belas Artes em Viena lhe qualificava para ser um ressentido “amante” da arte, planejava fazer enquanto pilhava, igual a um pirata, as obras de artes das cidades que ocupava. Trabalhos de Monet, Picasso, Cézanne e Rodin, todos bens da coletividade usurpados para integrar o acervo do jamais construído Museu do Führer e ornar as salas de estar dos generais alemães, quando não enviados para destruição e consequente esquecimento.

Uma das frases que mais me tocou durante o filme foi dita pelo personagem protagonizado por George Clooney (George Stout):

Frase filme caçadores de obras primas
Foto de arquivo e composição: Claudine Bernardes

Viver em um país tão carregado de história como Espanha, me fez compreender a importância de resguardar a cultura, e os patrimônios históricos. Entrar em castelos antigos, onde outrora caminharam os templários, por exemplo; tocar as paredes de um antigo monastério, ou a monumental Mesquita de Córdoba, produz em mim o sentimento de fazer parte do grande oceano que é a história da humanidade. É algo que desejo que meu filho e meus netos experimentem. Por essa razão, compreendo o importante trabalho realizado pelos “monuments men” durante a Segunda Guerra Mundial.

Há outra frase, que apesar de não ter sido dita no filme, reflete todo meu pensamento sobre a importância de conhecer a nossa história:

Não saber o que passou antes do teu nascimento
Foto de Arquivo: Claudine Bernardes

E quando me refiro à história, não penso somente nos grandes momentos históricos ou na biografia de personagens “importantes”. Penso que assim como a humanidade necessita conhecer sua história, cada integrante deste conjunto também deve ter o direito assegurado de conhecer sua própria história. Porque, o que é a história da humanidade senão o conjunto de histórias de todos os indivíduos?

Portanto, e apesar de toda crítica negativa que o filme recebeu, recomendo que você o assista. Além disso, para os amantes dos documentários, recomendo “O Estupro da Europa”, um documentário realizado por National Geographic que conta a história dos “Monuments men”.

Lembre-se que “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral. Será gratificante receber seus comentários e ideias.  Se gostou,  por favor, compartilhe! (Pinche para leer el texto en Español: Monuents Men)