A arte de aceitar a simplicidade

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foto amarela claudine bernardes
Foto de arquivo: Claudine Bernardes

Reivindico a simplicidade

Há dias em que desejo conquistar o mundo, realizar
grandes façanhas. Quando na verdade, pouco disso há na minha vida.
Porque, se olho para trás, vejo que as minhas grandes conquistas
foram feitas através de pequenas e simples escolhas.
Por isso, hoje reivindico a simplicidade das escolhas cotidianas.

O desejo ardente de conquistar o impossível, de viver constantemente a adrenalina no amor, no esporte, etc, está transformando-nos em seres frustrados no nosso dia a dia. Queremos viver as incríveis histórias de amor vistas nos cinemas, e se o “amor” não se apresenta dessa forma, não é suficiente. Cada vez mais necessitamos viver a vida ao extremo: o extremo da felicidade, o extremo do amor, o extremo nos esportes; estamos viciados na adrenalina. Observamos a vida de outros através de suas publicações nas redes sociais e pensamos no como a “grama do vizinho é sempre mais verde”. Isso nos frustra! Então, começamos a fazer loucuras para mostrar como somos interessantes, e claro, tudo isso deve ser registrado, fotografado, publicado e compartilhado, do contrário não tem sentido.

a caixa de imaginação
Kirill Oreshkin o “rei” do selfie extremo.

extremo 2

a caixa de imaginação
O termo balconing vem de “pular do balcão”, como os espanhóis denominam as sacadas, em direção a uma piscina ou a outra varanda.

Um pouco de tudo isso ao que me refiro, está virando manchete nos jornais e circula constantemente nas redes sociais. Vamos a dois exemplos:  Selfies extremos que já provocaram a morte de muitas pessoas; tal é a preocupação que Rússia inclusive lançou uma campanha contra essa loucura que se está generalizando. Outra dessas insanidades é o “balconing”, que significa pular de uma sacada em direção a uma piscina ou outra sacada. Ocorre muito na Espanha, entre turistas jovens e já provocou várias mortes e lesões.

Realmente acredito que é necessário reivindicar a simplicidade da vida, promover a contemplação e buscar prazer nas coisas pequenas e cotidianas.  

a caixa de imaginação
Fotografia e edição: Claudine Bernardes

Para terminar, deixo um parágrafo do livro “Pais brilhantes, professores fascinantes” de Augusto Cury:

Uma pessoa emocionalmente superficial precisa de grandes eventos para ter prazer, uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido. Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um treinamento.

Você concorda com o que eu escrevi? Qual a sua opinião? Gostaria muito de ler seus comentários a sugestões sobre esse tema.