SABE O QUE SÃO OS CONTOS MOTORES?

HOJE TENHO ALGO MUITO INTERESSANTE! CONTOS PARA A MOTRICIDADE, COM EXEMPLOS DE CONTOS DE FADA QUE VOCÊ PODE ADAPTAR E TAMBÉM UMA ADAPTAÇÃO PREPARADA POR MIM.

NO FINAL também mostro os OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM da BNCC (Base Nacional Comum Curricular ) QUE CUMPRE ESTA PROPOSTA.

O conto motor é uma variante do conto narrado, e poderíamos chamar de um conto representado, ou “conto em jogo”, no qual há um narrador e um grupo de participantes que representa o que está sendo narrado.  É uma variante do conto, e uma atividade extremamente  motivadora, educativa e estimulante, que é muito eficaz principalmente na escola primária e infantil, para o desenvolvimento psicológico, físico e mental da criança. Não se trata  simplesmente de adaptar um conto à uma peça teatral. Aqui se trata de um jogo de improvisação, onde os participantes, devem dramatizar a história que estão escutando.  

Autores como o Conde Caveda (1994) e Ruiz Omeñaca (2011), afirmam que a história motora é utilizada como meio de explorar, brincar, construir, criar, dentro da educação psicomotora e da educação física escolar. Além disso, cumpre todas as condições para incluí-lo como uma alternativa válida ao ensino durante o jogo, inerente à qualidade lúdica. Não se trata de jogar, mas sim de educar. Portanto, o jogo é a ferramenta educacional mais valiosa.

Deve-se notar também que é importante conceber a história em um contexto pedagógico, a fim de construir um aspecto pessoal e social. Também é importante que a história chegue ao aluno capturando seus interesses, para que o professor tenha que antecipar o que pode acontecer e imaginar todo o contexto da aula.

Ruiz Omeñaca (2009), sugere que o processo da história motora consiste em ler uma história e introduzir uma série de atividades motoras para os alunos. São elementos de grande importância no processo pedagógico: a motivação, o envolvimento ativo dos alunos, o desafio como fator de melhoria e transformação da classe em uma comunidade de apoio em que a convivência adquire grande importância.

DEIXO ABAIXO 4 SUGESTÕES DE CONTOS QUE VOCÊ PODE ADAPTAR e UM CONTO ADAPTADO POR MIM, para você usar livremente.

Os Três Porquinhos – Um Conto Motor (por Claudine Bernardes)

Narrador: Era uma vez três porquinhos que decidiram construir suas próprias casas. Vamos começar imitando os porquinhos caminhando pela floresta, procurando materiais para construir suas casas. Vamos lá, caminhem como porquinhos!

[Crianças caminham pelo espaço imitando porquinhos]

Narrador: O primeiro porquinho encontrou um monte de palha. Ele decidiu construir sua casa com palha. Vamos todos pegar palha do chão e começar a construir a casa! Como é o som da palha?

[Crianças fingem pegar palha do chão e empilhar para construir a casa]

Narrador: O segundo porquinho encontrou um monte de madeira. Ele decidiu construir sua casa com madeira. Vamos pegar pedaços de madeira e construir a casa! Como é o som da madeira?

[Crianças fingem pegar pedaços de madeira e martelar para construir a casa]

Narrador: O terceiro porquinho encontrou tijolos e cimento. Ele decidiu construir sua casa com tijolos. Vamos pegar os tijolos e colocar um em cima do outro, usando cimento para grudar! Como é o som dos tijolos de cimento?

[Crianças fingem pegar tijolos, colocar um em cima do outro e espalhar cimento]

Narrador: Um dia, o lobo mau apareceu. Ele estava com muita fome e queria comer os porquinhos. Vamos todos fazer uma cara de lobo mau e dar passos grandes como ele.

[Crianças fazem cara de lobo mau e dão passos grandes]

Narrador: O lobo foi até a casa de palha e disse: “Eu vou soprar e soprar e a sua casa vou derrubar!” Vamos todos dizer esta frase e soprar bem forte!

[Crianças sopram forte]

Narrador: E a casa de palha foi derrubada. O primeiro porquinho correu para a casa de madeira. Vamos todos correr como o primeiro porquinho!

[Crianças correm para outro lugar do espaço]

Narrador: O lobo chegou à casa de madeira e disse: “Eu vou soprar e soprar e a sua casa vou derrubar!” Vamos soprar de novo!

[Crianças sopram forte novamente]

Narrador: E a casa de madeira também foi derrubada. Os dois porquinhos correram para a casa de tijolos. Vamos todos correr como os porquinhos!

[Crianças correm para outro lugar do espaço]

Narrador: O lobo chegou à casa de tijolos e disse: “Eu vou soprar e soprar e a sua casa vou derrubar!” Vamos tentar soprar mais forte!

[Crianças tentam soprar mais forte]

Narrador: Mas a casa de tijolos não caiu. O lobo ficou muito bravo e tentou entrar pela chaminé. Vamos todos imitar o lobo subindo na chaminé.

[Crianças imitam o lobo subindo na chaminé]

Narrador: Mas os porquinhos acenderam uma grande fogueira na lareira. O lobo, ao descer pela chaminé, queimou o rabo e saiu correndo. Vamos todos pular como se estivéssemos queimando o rabo e correr bem rápido!

[Crianças pulam e correm pelo espaço]

Narrador: E assim, os três porquinhos viveram felizes e seguros na casa de tijolos. Vamos todos celebrar fazendo uma dança feliz!

[Crianças fazem uma dança feliz]

Narrador: E essa foi a história dos Três Porquinhos! Parabéns a todos por participarem tão bem! FIMMMMMMMMMMMMMM

Crianças bem pequenas
(1 ano e 7 meses a
3 anos e 11 meses)

(EI02EO03)
Compartilhar os objetos e
os espaços com crianças da
mesma faixa etária e adultos.(EI02CG03)
Explorar formas de
deslocamento no espaço
(pular, saltar, dançar),
combinando movimentos e
seguindo orientações.(EI02EF08)
Manipular textos e participar
de situações de escuta para
ampliar seu contato com
diferentes gêneros textuais
(parlendas, histórias de
aventura, tirinhas, cartazes de
sala, cardápios, notícias etc.).

Crianças pequenas
(4 anos a 5 anos
e 11 meses)

(EI03EO03)
Ampliar as relações
interpessoais, desenvolvendo
atitudes de participação e
cooperação. (EI03CG01)
Criar com o corpo formas
diversificadas de expressão
de sentimentos, sensações
e emoções, tanto nas
situações do cotidiano
quanto em brincadeiras, dança, teatro, música. (EI03EF04)
Recontar histórias ouvidas
e planejar coletivamente
roteiros de vídeos e de
encenações, definindo os
contextos, os personagens,
a estrutura da história.

ENSINO FUNDAMENTAL

 (EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e 
apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, 
como patrimônio artístico da humanidade.

(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

GOSTOU? Deixe um comentário dando a sua opinião. Compartilhe com os seus amigos e se quiser aprender mais sobre o USO DOS CONTOS COMO FERRAMENTA EDUCATIVA E TERAPÊUTICA, entre neste link para conhecer o meu CURSO ONLINE DE CONTOEXPRESSÃO.

Conto + Atividade: O Idioma de Júlia. Para pintar, desenhar, cantar e dançar.

(Para leer el artículo en castellano pincha aquí) 

Port conto Julia 1 capa

Oi, tudo bem?! Como ultimamente tenho recebido muitas mensagens agradecendo pelo material que preparo e compartilho, resolvi trazer algo bastante exclusivo. Isso mesmo! Se trata de um conto inédito, que escrevi para dar protagonismo a Júlia, que é a melhor amiga de Carlota (do meu conto “Carlota não quer falar”).  O Conto que se chama “O Idioma de Júlia” será de ajuda para ensinar as crianças que cada pessoa é diferente, mas que apesar das nossas diferenças podemos ser amigos e passar tempo juntos, fazendo coisas que gostamos.

“O Idioma de Júlia” é um conto muito divertido, e ótimo para fazer uma contação de história a um grupo de crianças, já que dentro da história há duas canções para que todos cantem e dancem juntos. Já utilizei este conto com um grupo de crianças e todas se divertiram muito. Para deixar a atividade ainda mais interessante preparei  o “Livro do Conto O Idioma de Júlia”, formado pela Capa (ilustrada para colorir) e a parte interna do livro, contendo a história que deve ser ilustrada pelas crianças. Agora vejamos a história:

O Idioma de Júlia

(Por Claudine Bernardes)

Júlia, a melhor amiga de Carlota, é uma menina genial, super simpática e inteligente. Mas, às vezes, quando está com a sua mãe e o seu pai, ela não se sente assim e, por isso, reclama:

_ Que chato! Vocês vivem usando essas palavras que eu não entendo. Que idioma mais estranho!

Depois de reclamar ela cruza os braços e chutando o ar ela vai toda emburrada para o seu quarto. Vocês querem saber porque a Júlia fica tão chateada com os seus pais? O problema é que os pais dela as vezes usam umas palavras muito estranhas, num idioma que eles dizem que até já morreu; um tal de latim.

Outro dia, Júlia fez uma coisa e seu pai a repreendeu. Ela tentou se explicar, mas ele não quis saber de explicações, cortou o assundo, dizendo: _ Contra factum non valet argumentum.

Sua mãe também faz o mesmo! Júlia estava guardando seus brinquedos para ir ao parque. Sua mãe, como todos os adultos, tinha muita pressa, e quando está nervosa, utiliza ainda mais esse idioma estranho: _Rápido Júlia! É condicio sine qua non que você guarde os brinquedos.

Seus pais falam assim porque são advogados, e eles adoram usar essas “expressões jurídicas em latim”. A pobre Júlia, que é só uma menina pequena, toda confundida, não entende nada, e por isso fica tão emburrada.

– Ah! Eu vou criar meu próprio idioma e não vou ensinar para ninguém! – Depois de dizer isso, Júlia começou a falar de uma maneira que nem os seus pais entendiam, e ella ficou bem contente com isso. Agora, eles é que se sentiam confundidos!

Ela até criou uma música super legal, que cantava o tempo todo, inclusive na escola, durante o recreio. A música dela ficou muito conhecida e todos os seus amiguinhos começaram a cantar e dançar a sua canção. Acho que vocês conhecem essa música! Querem cantar ela comigo? Vamos lá, então!

 (Aqui está o link para a canção – Fli Flai Flu – DVD – Galinha Pintadinha) 

Depois todas as crianças queriam saber o que essa estranha música dizia. Mas a Júlia não deu o braço a torcer: _Não vou contar! Este é o meu idioma e não vou ensinar a ninguém.

E não é que a moda pegou?! Todas as crianças queriam ter seu idioma próprio, para sentir-se importantes e espertos como a Júlia. O recreio era uma loucura só! Cada menino e cada menina corriam pelo patio do colegio falando de uma maneira que ninguém entendia. No começo foi bem divertido, mas depois as crianças deixaram de brincar juntas, porque ninguém entendia a linguagem do outro. Não havia mais futebol, amarelinha, pega-pega, pula-corda… só um montão de criança espalhadas pelo pátio, fazendo de conta que se sentiam importante, mas por dentro era uma tristeza só.

Foi então que a Júlia percebeu a confusão que havia criado. “Não serve de nada ter um idioma só para mim, se eu não posso me divertir com os meus amigos! Preciso encontrar uma solução para essa bagunça”. – Pensou. Já disse que além de ser legal, a Júlia também é muito inteligente? Ah, isso é verdade! Ela colocou a cachola para trabalhar e logo encontrou a solução. Ela precisava de uma música que todos entendessem e gostassem também.

_Já sei qual música posso usar! – Correu para o meio do pátio e começou a cantar e dançar. O que vocês acham de ajudá-la. Venham! Todos de pé e cantando juntos!

(Aqui está o link para a música Panda e os Cariocas – Sou uma Taça)

 Quando a música terminou, Júlia ficou surpresa. Todos os seus amigos estavam lá cantando e dançando com ela. Eles também estavam cansados ​​de brincar sozinhos. A partir de então, as crianças entenderam que cada pessoa é diferente e isso é legal. Também aprenderam que é maravilhoso passar tempo juntos, se divertir e ter amigos que são diferentes de nós.

Depois de contar a história, também seria legal conversar com as crianças sobre o problema que enfrenta Júlia e a decisão dela de criar um idioma próprio. Será que ela agiu corretamente? A decisão dela a fez sentir-se melhor?

Abaixo estão os arquivos de imagem para baixar e montar o livro com o conto, para ser ilustrado pelas crianças. É um ótimo exercício para trabalhar a imaginação e a compreensão de texto. Ficaria bastante feliz de receber fotos da atividade e das ilustrações das crianças.

Gostou da atividade? Espero que sim. Se você tiver algum problema para baixar estas imagens, não duvide em escrever-me. Também gostaria de pedir que comparta este post nas suas redes sociais.

Se queres mais materiais para trabalhar a educação emocional te sugiro clicar nesses links: meu conto “Carlota não quer falar” que vem com um jogo de tabuleiro para trabalhar as habilidades sociais e emocionais. Posts sobre contoterapia onde encontrarás materiais gratuitos, jogos e atividades para trabalhar a educação emocional e habilidades sociais.  Até breve!