Hoje vou compartilhar com vocês uma resenha muito especial, porque é a primeira resenha feita pelo meu pequeno leitor de 7 anos. Alejandro gosta muito de ler, por isso pensamos que seria uma ótima ideia que ele colaborasse comigo aqui no blog, fazendo ao menos uma resenha ao mês dos livros que ele lê. Penso que é uma excelente forma de fortalecer nossos vínculos além de melhorar a sua autoestima. Espero que gostem!
Se você tivesse que contar para alguém como é esse livro, como o descreverias:
É uma história muito engraçada! Conta a história do Guardião das coisas pequenas, que é um homenzinho que tem 4 olhos e coleciona coisas pequenas como se fossem tesouros; por exemplo: uma pluma que lhe presenteou um pássaro. Ele passa a vida viajando pelos cinco continentes para encontrar tesouros para sua coleção: Muropa, Pamérita, Lásia, Táfrica, Doceania.
Para buscar novos tesouros ele vive muitas aventuras: Ele recebe de presente uma pequena caixa que contem um oceano dentro; pega um bebê recém nascido para a sua coleção (acaba devolvendo porque o bebê começa a crescer); é engolido por uma baleia, mas consegue sair.
Finalmente o Guardião das coisas pequenas compreende que tudo tem o seu valor: não importa se são pequenas, medias ou grandes; todas as coisas na vida possuem uma beleza própria.
“Nunca é tarde para mudar de profissão, não acha? Esta parece uma terra ideal para mudar de vida. No final das contas, que tem de ruim em crescer”
O Guardião das Coisas Pequenas foi escrito por Begoña Oro, uma escritora espanhola muito criativa. Apesar de ter nascido na Espanha, e ter o Castelhano como primeira língua, Alejandro não teve nenhuma dificuldade para ler este livro que está em português, que é a minha língua materna.
Oi, tudo bem? Em primeiro lugar quero agradecer a todos vocês que me escrevem. Recebo vários e-mails todos os dias expressando gratidão pelo material que compartilho aqui no blog, e isso me motiva a seguir com o meu trabalho.
Sei que há muitos pais, psicólogos, psicopedagogos e professores que me seguem, por isso trouxe hoje para vocês esse lindo Conto Infantil escrito por Emilia Nuñez, escritora brasileira de contos infantis, também conhecida em Instagram como @maequele (conheça aqui o seu site)
Esse lindo livro, que venho acompanhando desde a fase de criação, é um ótimo recurso para trabalhar as habilidades sociais com as crianças, e porque não com os pais. Então, você conhece alguma crianças que está passando por esta fase?
A Jacarezinha que mordia
“A Jacarezinha que mordia” conta a história de Jaquinha, uma linda jacarezinha risonha, que apesar de receber muito carinho de Dona Jaca, sua mãe, tem o mau hábito de morder a todos que encontra pelo caminho. Os animais da floresta, cansados de receber tantas mordidas, se apresentam diante da sua mãe pedindo que esta dê fim a este problema que está alterando o convivio social na floresta. Claro que D. Jaca, toda envergonhada, tenta resolver o problema, e se empenha no assunto: amarra a boca da filha, resgata a chupeta, mas não tem jeito. Um dia chega um aluno novo na sala da Jaquinha, ele dá um lindo beijo na professora e esta fica muito feliz. Puxa! Aquilo muda o mundo da pequena jacarezinha, que observa como as pessoas ficam felizes ao receber um beijo (totalmente o contrário de quando são mordidas).
Emilia nos conta um pouco sobre o Processo Criativo de “A Jacarezinho que mordia”:
Este é um livro feito pensando em uma fase muito específica que algumas crianças passam que é a fase “Mordedora”. Tenho uma Jaquinha em casa e quando uma mãe me pediu um livro sobre o tema e não encontrei nas livrarias, logo veio a inspiração!
Como você pode ver é uma história muito útil e meiga, e além disso as ilustrações são maravilhosas. De verdade que fiquei encanta, porque expressam exatamente a essência da mensagem do livro. O ilustrador cuidou de cada detalhe, e isso é muito importante, para que além do texto, a criança que ainda não lê possa interiorizar o conteúdo da mensagem através do que vê. Heitor Neto foi o ilustrador responsável por esses lindos desenhos, você pode segui-lo no instagram em @heitornetos ou na seu site.
Sabemos que é normal a criança entre 1 e 3 anos passar pela fase de morder.
No início da vida, a boca é a parte mais sensorial do corpo humano e, por meio dela, o indivíduo descobre o mundo e expressa suas emoções. Quando uma criança morde um adulto ou outra criança, provavelmente está querendo demonstrar afeto, resposta a uma frustração, curiosidade ou, ainda, o incômodo do nascimento dos dentes. No período entre um e três anos morder é comum – e normal. Algumas crianças o fazem mais que outras, porque é dessa forma que se comunicam. (Fundação Maria Cecilia)
Porém há crianças que depois desse período ainda recorrem a esta conduta, o que gera grandes constrangimentos para os pais. Nenhum pai gosta de pegar seu filho no jardim ou colégio e ver nele uma marca de mordida. Também posso te garantir que nenhum pai gosta de receber da professora, a constrangedora notícia de que seu filho está mordendo os coleguinhas. Bater, puxar o cabelo, arranhar, são todas condutas imediatistas que as crianças recorrem como forma de expressar sua frustração, raiva, descontento. Os adultos também fazemos isso, ainda que a nossa maneira de ataque é outra. As crianças podem ferir o corpo, mas nos ferimos o coração do outro. Exemplo: quando somos criticados tendemos à atacar a outra pessoa apontado os defeitos dela. As crianças que sofrem de TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), principalmente aquelas sofrem de impulsividade, como o caso do meu filho, costumam recorrer a esse tipo de conduta de forma mais habitual. Eu sinceramente creio que trabalhar a empatia da criança poderá ajudá-la a superar essa fase e conseguir controlar seus instintos.
A minha proposta de atividades vale tanto para narração grupal, quanto individual. Não importa se você é pai, professor, psicólogo, somente adapte a proposta à sua situação especifica, já que farei um série de sugestões. Vamos lá!
1. Contação/Narração
Interpretando a ilustração: Se você vai utilizar o conto com crianças de forma individual, ou poucas crianças (como umas cinco no máximo) e se elas ainda não sabem ler, minha primeira proposta, é que antes de ler a história para elas, peça que observem a ilustração e expliquem o que acham que está acontecendo na historia. É uma boa forma de interiorizar as metáforas ilustradas.
Conte a historia de forma divertida, seja criativo. Seria legal utilizar um fantoche para contar a história.
2. Vamos desenhar
Esse recurso tão simples também é muito importante para observar a compreensão que a criança teve da história. Peça para ela fazer um desenho da parte que mais gostou da historia e da parte que menos gostou.
3. Teatro
Uma forma de trabalhar a compreensão da história e trabalhar a empatia com as crianças é fazer um teatro com elas, com base no conto. Faça com que alguns participem do teatro, enquanto outros ficam de plateia, e depois os que ficaram de plateia serão os atores. Assim todos podem ver desde duas perspectivas: dentro da história e fora da história.
4. Análise das ilustrações
Não sei se sabes, mas num álbum ilustrado a ilustração tem o mesmo peso que o texto. Ou seja, ilustração e texto se completam para passar uma mensagem. Por isso que disse anteriormente que gostei muito da ilustração de Heitor Neto, porque completou perfeitamente a história escrita por Emilia Nuñez. Tanto é assim, que ele introduziu uma metáfora muito interessante que enriqueceu a história: O PORCO ESPINHO.
Veja bem! Por que o Porco Espinho é o único que não está nem aí para o problema? É que com ele a Jaquinha não se mete. Por que?
Além disso, analise com as crianças as expressões faciais dos personagens em cada parte da historia. Como eles se sentem? Que estarão pensando? Gestos de medo, reprovação, raiva, tristeza, desespero, indiferença. Quantos sentimentos!
5. Trabalhos Manuais:
Que te parece se fazemos uma Jaquinha de rolos de papel higiênico com as crianças? Deixo essa proposta que encontrei em no site de Papelísimo. Está em castellano, porém o vídeo de explicação se entende perfeitamente. Está muito fácil. E para que fique igual a Jaquinha é só colocar uma um laço de fita rosa na cabeça. As crianças vão amar.
Preparei uma ficha de leitura para trabalhar os sentimentos vividos pelos personagens da historia. Você pode baixar e utilizar livremente 😉
Para terminar, gostaria de dizer que me senti muito identificada com a Dona Jaca. Muitas vezes passei por situações parecidas e sei que não é fácil. Nesses momentos devemos olhar a situação desde a perspectiva do amor. Como pais, professores, psicólogos, somos semeadores de amor, carinho e bons valores. Se não desistimos essa sementinha um dia brotará. Nunca desista de amar, porque o amor é dádiva.
Se gostou dessa historia, talvez também estejas buscando algum livro para trabalhar a educação emocional com o seu filho ou aluno. Te recomendo dar uma olhada no meu livro “Carlota não quer falar”, utilizado por muitos pais, professores, psicólogos e psicopedagogos de muitos lugares do mundo, para trabalhar as capacidades emocionais das crianças. Além do livro, distribuo gratuitamente o Projeto de Educação Emocional com Carlota. Entra nesse link para saber mais.
Como muitos de vocês já sabem, em abril deste ano o meu livro infantil foi lançado na Espanha, através da Editora Sar Alejandría (link sobre o lançamento). “Carlota não quer falar” é um livro que está formado por um conto interativo + guia didático + Ludo das Emoções com 30 Cartas (clica aqui para conhecê-lo melhor). Este conto, que foi escrito usando as técnicas da contoterapia, quer ajudar crianças a identificar, compreender e exteriorizar seus sentimentos, além de aprender a administrá-los.
Depois de quase seis meses de andanças aqui na Espanha e com uma crítica muito positiva, iniciamos a pré-venda no Brasil. Isso mesmo, estamos lançando o livro no Brasil, através da Editora Grafar.
Se você tem alguma dúvida, escreva-me. Será um prazer conversar com você. Um grande abraço.
Em breve também disponível para Portugal. Para mais informação, escreva-me através do formulário abaixo.
Conheça o Projeto Educação Emocional com Carlota. É só escrever-me pedindo o projeto que envio para você (peça o projeto através do formulario abaixo).