O Monstro da Raiva: Atividade para gerir a ira e conhecer como ela atua. Educação Emocional.

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Atividade Para gerir a raiva

Oi, tudo bem? Sou Claudine Bernardes, escritora e especialista em contos e fábulas terapêuticas. Quero propor para você uma atividade para trabalhar as emoções, através da fábula da Vespa Afogada de Aquiles Nazoa. Esse material faz parte de uma das oficinas que realizo, chamada “Para dias de chuvas, guarda-chuva colorido”, onde trabalho a raiva e a frustração, para buscar compreender esses sentimentos e buscar uma visão mais otimista do dia a dia. Embora a oficina indicada possa ser realizada com pessoas de diferentes idades, a atividade sugerida está pensada para crianças.

Começamos?

“A vespa aquele dia , desde manhã , como de costume bravissíma andava.
O dia era lindo, a brisa leve, coberta a terra de fores estava e mil passarinhos nos ares cruzava.
Mas a nossa vespa – nossa vespa brava-nada lhe atraia, não via nada, por ir como ia, comida de raiva .
“Adeus”, lhe disseram umas rosas brancas e ela nem se quer voltou a olhá-las, por ir distraída, cismada, com uma fúria surda que a devorava.
“Bom dia ” lhe disse a abelha, sua irmã e ela que de fúria, quase rebentava, por toda resposta lhe deu uma roncada que a pobre da abelha deixou desconcertada.
Cega como ia, a vespa de raiva, repentinamente como numa armadilha, se encontrou metida dentro de uma casa.
Jogando mil pestes, ao se ver aprisionada, em vez de colocar-se serena e com calma, a buscar por onde sair de onde estava, sabe o que fez? Se pôs mais brava!
Se pôs entre os vidros a dar cabeçadas, de fúria não viu, que a curta distância janelas e portas abertas estavam. Por causa da ira que a dominava, quase não via por onde voava, e numa investida que deu de raiva, caiu nossa vespa, num copo de água.
Um copo pequeno, onde até um mosquito nadando se salva !
Mas nossa vespa, nossa vespa brava, mais brava ficou ao ver-se molhada, e em vez de ocupar-se , muito insensata, batendo as asas se pôs a jogar pestes e a dar picadas.
E assim , pouco a pouco, foi ficando exausta , até que furiosa, porém ensopada, terminou a vespa por morrer afogada.
Tal como a vespa que conta essa fábula, o mundo está cheio de pessoas bravas, que infundem respeito com a cara fechada, que se fazem famosas , devido suas raivas e ao final se afogam num copo d’ água.”

O que achou desta fábula de Aquiles Nazoa? É um excelente instrumento para compreender como a raiva ou a frustração podem deixar-nos cegos e como esses sentimentos podem nos colocar em muitos problemas se não sabemos afrontá-los. Por essa razão eu trouxe alguns exercícios de educação emocional para compreender e administrar tanto a raiva como a frustração.

E vamos com as atividades.

1 – Contar a história.

A nossa primeira atividade será ler a história para a criança ou para o grupo de crianças. Tende declamar a fábula de memória. Não se preocupe se elas não gostarem do final da história, isso é totalmente natural. A criança observa a história desde o ponto de vista do protagonista, neste caso, da nossa Vespa brava. E por essa razão, elas esperavam um final feliz para a Vespa. Mas a nossa vespa, nossa vespa brava, morreu afogada num copo de água.

2. Debate  grupal

Converse com o grupo ou com a criança, para que juntos possam “descobrir” o que poderia ter acontecido com a Vespa para que ela estivesse tão irritada. Trabalhe com o grupo as metáforas “acordar com o pé esquerdo”, “afogar-se num copo de água”, “fazer tempestade num copo de água”, “estar cega de raiva”.

Faça um debate, pergunte ao grupo se eles já se sentiram assim. Podemos partir de perguntas como: Por que vocês acham que a vespa tinha tanta raiva? Será que aconteceu algo com ella antes de sair de casa? O que a vespa poderia fazer para se tranquilizar?  Pergunte se eles conhecem alguma técnica para tranquilizar-se quando estão sentindo raiva.

3. Um giro na história – Teatro

A minha terceira proposta é pegar esse final triste e dar um giro na história. Ou seja, buscar um final feliz para a Vespa. Porém, para conseguir esse final feliz, a Vespa deve aprender a controlar os sentimentos de raiva e frustração. Se estamos trabalhando com um grupo grande, podemos formar subgrupos de 5 pessoas, para que cada grupo faça um teatro, com os seguintes personagens: narrador, vespa, 2 flores e abelha.  Cada grupo deverá fazer um pequeno teatro com a fábula, mudando o final da história, ou seja, um final em que a Vespa consiga sair do copo de água. Para que a Vespa possa sair do copo de água, pode intervir um dos personagens, para ajudá-la a tranquilizar-se, ou a Vespa pode auto-gerir o sentimento, e tranquilizar-se sozinha.

4. Atividade o “Monstro da Raiva”

Através da história e das atividades realizadas a criança já aprendeu como a raiva atua, e os problemas que ela pode gerar se não conseguimos nos livrar dela. Agora vamos fazer uma atividade, que vai servir de ferramenta para quando a criança sinta muita raiva, e necessite extravasar essa sentimento de uma maneira sadia. E vamos fazer isso através do monstro da raiva. Vamos necessitar papel em branca, lápis de cores e uma caixa que pode ser de sapato ou de plástico. Vocês podem decorar e personalizar a caixa.

4.1 – Personalizar a caixa conforme exemplo abaixo:

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4.2 – O Monstro: A criança deve pegar um lápis e expressar a sua raiva sobre o papel, através de um rabisco, que pode ser em círculos, muitas linhas. Deixe que ela se expresse. Depois deve pegar lápis de outras cores e transformar esse rabisco em um monstro, colocando olhos e boca, nariz, o que queira.

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4.3 – Vencendo o Monstro da Raiva: Quando termine, diga para criança destruir esse monstro, rasgando ou amassando o papel. E para terminar, vamos pegar esse monstro vencido e vamos aprisioná-lo para sempre na caixa de monstros.

  Agora que a criança já conhece esse exercício, sempre que ela se sinta muito nervosa, frustrada ou com raiva, vença com ela o monstro da raiva.

Gostou das atividades? Então compartilhe este post nas suas redes sociais. Se desejas mais materiais para trabalhar a edução emocional, conheça o meu livro “Carlota não quer falar” que vem com o Ludo das Emoções. Também disponibilizo GRATUITAMENTE o Projeto Educação Emocional com Carlota, com quase 80 páginas formado por parte teórica e prática. Basta preencher estar inscrito neste blog e preencher o formulário abaixo que envio o material em PDF para o seu email.

JÁ A VENDA: Oficinas de vivências através de contos – Contoexpressão

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Nos últimos meses tenho recebido muitas mensagens de profissionais que gostariam de obter as minhas Oficinas Contoexpressivas. Tenho consciência do efeito destas oficinas, porque vejo constantemente mudanças de atitude nas pessoas que participam delas (tanto crianças, como adolescentes, adultos ou idosos). Por esta razão resolvi disponibilizá-las para venda.

Estas oficinas podem ser oferecidas para associações de pais, educadores, a grupos em geral, e para todas as idades, por um valor adequado ao seu desenvolvimento profissional (quando realizo uma oficina costumo cobrar entre 100 e 200 euros por cada oficina de 2 horas, com um máximo de 20 participantes). Você poderá amortizar o investimento muito rápido!!!

O que é uma oficina de vivência através de contos?

Em uma oficina de vivência através de contos, convidamos os participantes a experimentar as histórias de forma sensorial. As oficinas possuem um objetivo didático e por essa razão, tanto os contos, quanto a técnica aplicada e material de apoio selecionados, ajudam a alcançar estes objetivos. As atividades realizadas convidam os participantes a olhar dentro de si, fazendo uma introspeção profunda, que os ajudará a analisar as suas condutas e sentimentos, e produzir uma mudança positiva de pensamento e comportamento.

Por que através de contos?

A alma humana tem uma necessidade inextinguível de que a sustância dos contos flua através de suas veias; assim como o corpo necessita ter substâncias nutritivas que circulam através dele.”  (Rudolf Steiner)

Quando escutamos falar sobre contos imediatamente o associamos à infância, inclusive nos produz lembranças felizes. É verdade! Os contos são elementos essenciais durante a infância, porém sua importância não deveria diminuir durante a adolescência ou a vida adulta. Os contos carregam a essência humana, nossa estrutura vital: um princípio, um processo de desenvolvimento e um fim, portanto as oficinas que realizaremos se dirigem às necessidades emocionais, tanto de crianças, como adolescentes e adultos.

Os contos, através de suas metáforas e simbolismos, alcançam nosso inconsciente, já que conseguem esquivar as barreiras criadas pela razão; e uma vez ali, despertam o conhecimento ou plantam sementes para o futuro. Dotar a mente de simbolismo é altamente importante, já que 80% das nossas decisões são tomadas pelo inconsciente. Por este motivo, os contos servem como instrumento perfeito para educar as emoções, ensinar valores, animar, fortalecer a resiliência, a autoestima etc.

 A vida é um maravilhoso conto de fadas. Hans Christian Andersen

ALGUMAS OFICINAS DISPONÍVEIS 

1.  Sonhos ou castelos no ar? 

Os sonhos são os combustíveis que fazem que a vida siga o seu caminho. Porém, quando o tempo passa e eles não se fazem realidade, sentimos que os nossos sonhos são como castelos no ar, e por isso nos sentimos frustrados. Através desta oficina ajudaremos os participantes a identificar aqueles sonhos que podem ser realizados; também daremos nome aos gigantes que custodiam estes sonhos, os conheceremos mais a fundo para poder vencê-los. Geralmente estes gigantes são condutas ou sentimentos que nos impossibilitam avançar. Finalmente, através da criatividade, buscaremos os pequenos e grandes passos que necessitamos dar, para começar a mover-nos em direção ao nosso objetivo. Se trata de uma oficina prática, onde os participantes receberão motivação e ferramentas para dar os primeiros passos ao encontro daquilo que desejam. Público: Crianças a partir de 10 anos, Adolescentes, adultos, idosos, grupos de mulheres, grupos de mães, dependentes químicos em recuperação etc. 

 

  


2. Para dias nublados, guarda-chuva colorido.

Administração da ira e fomento do otimismo e resiliência. Através de contos e diversas atividades, os participantes compreenderão como atua a ira, o que passa quando sucumbimos ao seu poder e como utilizar ferramentas de gestão dos sentimentos, para evitar danos emocionais, tanto próprios como alheios. Também utilizaremos jogos de dramatização para exercitar a empatia e experimentar os sentimentos desde um lugar seguro. Para completar a experiência, os participantes receberão ferramentas para fomentar o otimismo e alcançar um estilo de vida mais equilibrado e feliz. Público: Crianças (7-12 anos), adolescentes, adultos, grupo de toxicômanos, associação de pais, empresários, trabalhadores de empresas etc.


3. Um mundo de emoções: O Iceberg.

Educar a mente sem educar o coração não é educação. (Aristóteles)

Não existem emoções boas ou más, na verdade elas são agradáveis ou desagradáveis. Para ter uma vida equilibrada, devemos conhecê-las, experimentá-las e escolher aquelas que fomentarão o nosso crescimento pessoal. Porém, as vezes não é tão fácil reconhecer as emoções no mesmo momento em que as vivemos, ou os sentimentos que outros estão experimentando. Os sentimentos se misturam, se disfarçam e nos confundem, por isso é necessário observá-los mais atentamente, para poder compreendê-los. Através desta oficina, os participantes escutarão contos, participarão de atividades e exercícios para compreender melhor como as emoções atuam internamente e como se exteriorizam, para então poder canalizá-las de forma apropriada. Público: Crianças a partir de 10 anos, adolescentes, adultos, grupo de toxicômanos, associação de pais, empresários, trabalhadores de empresas etc.

 


4. O que te faz único é…

Você é único e irrepetível! Sabia? Teoricamente todos sabemos disso, porém quando ocorrem situações que atacam a nossa auto-estima, começamos a ter uma visão distorcida de nós mesmos. Através de uma linda história, metáforas visuais e uma atividade chamada “A Caixa da Auto-estima”, os participantes compreenderão que amar-se é o primeiro passo para amar e respeitar de forma plena aos que nos rodeiam. Através desta oficina os participantes reconhecerão o seu valor; receberão mensagens de ânimo e otimismo que farão carícias na alma, e ferramentas que os ajudarão quando o desânimo apareça. Público: Crianças (7-12 anos), adolescentes, adultos, grupo de toxicômanos, associação de pais, trabalhadores de empresas etc. Essa oficina possui uma versão familiar, para pais e filhos.

 

5. A Janela Mágica

Muitas pessoas pensam que a vida é um caos de acontecimento, como se o universo estivesse conspirando contra elas. Fazer uma leitura sobre a sua linha vital, observar desde uma perspectiva segura a sua historia, seus problemas, perdas e logros ajudará os participantes a buscar alternativas mais positivas aos seus problemas. A partir deste ponto, ter uma consciência mais plena e fechar o círculo para começar um novo caminho de crescimento pessoal. Público: Crianças a partir de 10 anos, adolescentes, adultos, idosos, desentendes químicos, grupo de pessoas em depressão, pessoas que passaram por perdas pessoais, trabalhadores de empresas, etc.

 


Os contos de fadas são mais que verdades; não porque digam que os dragões existem, mas sim porque nos dizem que os dragões podem ser derrotados. Gilbert Keith Chesterton

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Para mais informação preencha o formulário abaixo:

Você acha que é possível contar contos para adolescentes?

(Para ler o texto em português clica aqui)

Sim, claro que é possível! Mas você deve estar disposto a rir de si mesmo. Não é nada fácil estar diante de um grupo de  adolescentes e saber que eles estão pensando:  O que essa estranha está fazendo aqui? Eu não sou mais uma criança para me contem contos! 

Se você se atreve a prosseguir e passar o limite do “ridículo”, você verá que é possível conquistar seus corações,  e lhe garanto que essa é uma sensação maravilhosa.

Agora vou lhe explicar como usei duas histórias para trabalhar com adolescentes sobre a importância dos sonhos como objetivos nos quais temos que trabalhar. Você também pode usar esse material com adultos.

1 – Histórias utilizadas:

2 – Porque escolhi estas histórias:

Ambas  histórias apresentam uma pessoa normal como protagonista. Tanto Davi quanto o Pescador estavam desprovidos de habilidades especiais que fizessem deles pessoas importantes aos olhos dos outros, apesar dessa aparente simplicidade, ambos venceram a gigantes. Todos nós temos gigantes que precisamos vencer para alcançar nossos sonhos. Na grande maioria das vezes esses gigantes estão dentro de nós.

“Os contos de fadas podem ser aventuras adoráveis, mas também lidam com um conflito universal: a luta interna entre as forças do bem e as forças do mal”. (Sheldon Cashdan em “A bruxa deve morrer”)

Penso que todos temos defeitos de caráter que podem nos impedir de alcançar nossos sonhos/objetivos. Se quisermos continuar nosso caminho de crescimento pessoal,  que nos conduzirá até aquilo que almejamos,  precisamos identificar quais são esses gigantes que necessitam ser vencidos. Somente assim chegaremos ao nosso “final feliz”.

É importante esclarecer que o objetivo desta atividade é plantar sementes na mente dos adolescentes. Todo plantio é um processo, como um caminho que deve ser trilhado.  As historias são sementes, as plantamos na mente e esperamos que elas despertem, transformando-se em frutos.

3. Contação:

Como eu já conhecia a grande maioria dos adolescentes que participaram da atividade, decidi usar como técnica narrativa uma dramatização através de um monólogo, onde representava uma guerreira amazona.  Como conhecia muito bem ambas história, utilizei  improvisação: conversei com os assistentes, fiz piadas rindo de suas roupas;   às vezes me mostrava feroz  e às vezes engraçada. Contei primeiro a história de Davi e Golias e depois o conto do Pescador e do Gênio. Eles adoraram! 

Claro que é possível contar as histórias sem a teatralização. Mas, certifique-se de que a narração é atraente.

Foto genio y pescador claudine

4. Como desenvolver a atividade de apoio

Depois de contar a historia lancei algumas perguntas. Pedi para eles pensarem nos sonhos que queriam alcançar.    O que deseja fazer profissionalmente? Que tipo de pessoa desejas ser dentro de alguns anos? Você planejou se casar e ter filhos? Que tipo de pai ou mãe desejas ser?

Pedi-lhes que pensassem sobre suas características, suas qualidades e habilidades: você possui as habilidades necessárias para conquistar seus sonhos? Que habilidades lhe faltam? Quais são as qualidades que o ajudarão a alcançar esses objetivos?

Agora pense nos seus defeitos: Você é impaciente? Você se frustra facilmente? Você é impulsivo? Quais são os gigantes que podem impedir que você atinja seus sonhos? Como você pode vencê-los?

Bem, você já fez uma avaliação agora pensemos em uma árvore, você é essa árvore. Essa árvore tem raízes, tronco e o copo onde estão os frutos. Vamos visualizar esta árvore e transformá-la em algo mais real (é como um jogo simbólico).

Vamos fazer um jogo inverso, isto é, primeiro identificaremos os sonhos que queremos colocar na nossa árvore, vamos começar a partir daí, porque será mais fácil saber quais as ações e qualidades que precisamos desenvolver, quando conhecemos o que sonhamos.

  • Os frutos:   são os sonhos. ex. Eu quero ser médico; Quero escrever um livro; Eu quero viajar para um país distante e viver grandes aventuras.
  • O tronco: no tronco estarão escritas as ações que precisamos desenvolver ao longo do tempo para que esses frutos/sonhos se tornem reais. Ex. Para fruto / sonho: quero ser médico, minhas ações serão: serei um bom estudante, terminarei o colégio, e me esforçarei para entrar na faculdade de medicina. Quando esteja na faculdade darei prioridade aos estudos, etc.
  • As raízes: as raízes da árvore serão nossas qualidades, as que devem ser a base da nossa personalidade e que nos ajudarão a produzir as ações necessárias para alcançar nossos sonhos. Temos que escrever essas qualidades, as que temos e as que precisamos ter. Ex. Do fruto / sonho: quero ser médico, minhas ações serão: serei um bom estudante, terminarei o colégio, e me esforçarei para entrar na faculdade de medicina.etc. Minhas raízes serão: paciência, perseverança, dedicação, amor para com meu próximo, etc.

Podemos fazer a árvore de duas maneiras:

  • Uma grande árvore em comum, isto é, para todos os participantes (ou grupos, se participam mais de 10 pessoas): onde cada participante colocará seu fruto / sonho na parte superior da árvore, essa fruta será feita com a palma da mão pintada com guache.
  • A4 árvore individual: cada participante terá sua árvore individual, onde fará as anotações da atividade, conforme explicado acima. Na atividade que fiz, deixei cada participante desenhar sua própria árvore. Porém não recomendo que seja assim, já que se dedicaram mais ao desenho do que na parte escrita dos sonhos, que era o objetivo real. Por esse motivo, recomendo levar um desenho em preto e branco de uma árvore simples como base para fazer as anotações da atividade.

Importante: alguns não se sentem confortáveis ​​expondo seus sonhos, então você deve deixar claro que é algo pessoal e que outras pessoas não terão acesso a ele.

Finalmente, cada participante pode levar a sua árvore à casa. Mas, para que a atividade tenha um impacto na vida desses adolescentes, seria interessante fazer o seguinte:

O professor recolhe todos os desenhos, colocando cada um dentro de um envelope  com o nome de quem o fez.
No final do ano o professor pode devolver este envelope com outra carta escrita pelo próprio professor, onde ele fala sobre as qualidades do aluno, encorajando-o a continuar lutando contra seus gigantes, a melhorar como pessoa, a se olhar constantemente no espelho para fazer uma análise de seus comportamentos e assim poder alcançar os seus sonhos.

 

Se você nunca trabalhou com adolescentes, é importante saber algumas coisas:

  • Não tenha medo do ridículo: se eles vêem medo em seus olhos, fim de trajeto.  É possível que eles façam piadas, pequenos comentários para te deixar com dúvidas, para atacar a sua confiança, ou simplesmente para fazer de palhaço diante dos amigos. Mostre-lhes que você não tem medo do ridículo, que, na verdade, você se expõe ao “ridículo” por iniciativa própria (o ridículo ao que me refiro é aos olhos deles, porque não tem nada de vergonhoso contar contos).  Se eles percebem que não podem te tocar nesse lado, eles vão deixá-lo em paz.
  • Trate-os com respeito: sim, você pode fazer piadas sobre eles, não tem problema. Mas eles devem perceber que você se importa por eles. Se você quer ser ouvido,    deve estar disposto a ouvi-los também. Se quiser ensinar-lhes algo, deve aceitar que talvez eles não concordem com sua idéia, e   podem dizer isso abertamente, sem que seja um drama.
  • Não minta para eles: os adolescentes não podem suportar hipocrisia e mentiras. Se você tem dúvidas, se não sabe a resposta, reconheça. O grande problema que os adolescentes têm com seus pais é quando estes exigem atitudes que eles mesmos não estão dispostos a ter. Então não faça o mesmo, você os perderá.
  • Lembre-se de que você  está controle: Ainda que você não tenha todas as respostas; mesmo que admita que tem dúvidas, não significa que você não esteja (ou possa estar) no controle. Embora eles não queira admitir, necessitam sentir-se seguros. E para isso eles devem devem saber que você está lá e que controla a situação. Mantenha-se firme.

O que achou da atividade? Gostaria de receber a sua opinião. Obrigada por passar pela minha Caixa de Imaginação. Compartilhe esta atividade nas suas redes sociais, assim outras pessoais poderão ter acesso a este e outros materiais que publico.

Quando a tristeza se disfarça de fúria: uma atividade para desenvolver a consciência emocional.

 (Para leer el artículo en castellano pincha aquí)

1 Atividade O Iceberg - educação Emocional - Claudine Bernardes

Escute este Post através do  Podcast:

Oi, tudo bem? Resolvi chamar esta atividade de “O Iceberg”, e você compreenderá o porquê durante a explicação. O Iceberg é uma atividade para ajudar a desenvolver a consciência emocional. Você pode utilizar este material tanto com crianças de primária, como adolescentes, jovens e adultos. É importante que eles já tenham tido algum contato com alguma atividade de educação emocional, para que a experiência seja mais completa, ou seja, é interessante que já tenham um vocabulário emocional básico (Para isso sugiro utilizar o meu conto “Carlota não quer falar” e o Projeto Educação Emocional com Carlota).

Durante o último mês estive utilizando este material com o meu grupo de prova, que está formado por aproximadamente 7 crianças (6 a 11 anos). Neste grupo existem crianças com situações muito diferentes, tais como: TDAH, altas capacidades, DEL (distúrbio específico da linguagem). Eles adoraram fazer as atividades propostas. Durante o processo tive que fazer algumas alterações e adaptações no material. Além disso também utilizei este material para realizar uma oficina com um grupo de adolescentes, e a resposta foi muito positiva. Porém, antes de apresentar a atividade em si, quero falar um pouco sobre a Consciência Emocional.

O QUE É CONSCIÊNCIA EMOCIONAL?

A CONSCIÊNCIA EMOCIONAL é a capacidade de reconhecer um sentimento no mesmo momento em que ele aparece; é a pedra angular da Inteligência Emocional.

A criança não possui um conhecimento emocional inato profundo. A percepção de nossas próprias emoções envolve saber como prestar atenção, ou decifrar o nosso próprio estado interno. Ou seja, se trata de fazer um auto-análise do que sentimos, no momento em que sentimos. Também é importante avaliar sua intensidade: é necessário detectá-los no momento em que aparecem, com pouca intensidade em princípio para poder controlá-los sem esperar a transbordar.

Muitos de nós não exercitamos a nossa consciência emocional quando éramos crianças, e isso torna as coisas mais difíceis agora que já somos adultos, você não acha? Então devemos começar a trabalhar nisso sem demora. O lado positivo é que podemos trabalhar as capacidades emocionais em qualquer lugar: Nas empresas onde trabalhamos; na sala de aula; nas igrejas; em casa; nas consultas; nas atividades estraescolares etc.

Agora vou contar uma pequena história pessoal para que você possa compreender a necessidade de trabalhar de forma específica a consciência emocional.

As vezes quando ia buscar meu filho ao colégio, ele me dizia: “_ Mãe, me sinto muito entediado.” – Confesso que, a princípio, me incomodou muito escutar isso, acho tão chato uma criança que reclama de tudo, principalmente de estar entediado, quando poderia utilizar a sua imaginação para divertir-se. No entanto, resolvi colocar de lado meus próprios sentimentos, e observar melhor aquela situação que estava repetindo- se constantemente. “_ Filho, porque você acha que está entediado? _É porque não tenho vontade de fazer nada. _Como assim você não quer fazer nada? Nem brincar com os teus brinquedos favoritos? _Me sinto muito cansado para brincar, mãe.”

Aí estava o problema! Ele estava cansado, porém como não conseguia compreender isso, dizia que se tratava de tédio.

Isso acontece com todos, adultos e crianças. Às vezes, a tristeza está disfarçada de raiva ou medo de frustração. Não reconhecer e expressar corretamente os sentimentos pode gerar sérios conflitos interpessoais.

Sugestões para desenvolver a consciência emocional

1. Aceitar que não compreendemos tudo: quando o assunto são as emoções, nada é tão claro e óbvio como pode parecer. Devemos saber que às vezes o sentimento que expressamos pode ser apenas “a ponta do iceberg”, uma reação a outro sentimento que está escondido abaixo, mais profundo, lá dentro de nós. A história de Jorge Bucay que proponho hoje pode ajudá-lo a criar essa consciência.

2. Pergunte e pergunte-se: De onde veio esse sentimento? O que causou isso? Existem outros sentimentos acorrentados a ele? Estou triste, é verdade. Mas, por que estou triste? O que aconteceu?

3. Conhecer as emoções: é importante saber como cada emoção é: como a sentimos internamente; como se expressa externamente; que linguagem é usada quando a sentimos; quais são as expressões corporais que acompanham uma determinada emoção

(através da minha história “Carlota não quer falar” e o Projeto de Educação Emocional que eu coloco à sua disposição gratuitamente em pdf é possível trabalhar essa habilidade).

Agora vamos ver como apliquei esta atividade

Painel Iceberg foto

1. Conte a história “A Fúria e a Tristeza”:

É uma maneira excelente para que os participantes compreendam a complexidade dos sentimentos:

Num reino encantado onde os homens nunca podem chegar, ou talvez onde os homens transitem eternamente sem se darem conta…
Num reino mágico onde as coisas não tangíveis se tornam concretas…
Era uma vez… Um tanque maravilhoso.

Era uma lagoa de água cristalina e pura onde nadavam peixes de todas as cores existentes e onde todas as tonalidades de verde se refletiam permanentemente… Aproximaram-se daquele tanque mágico e transparente a tristeza e a fúria para se banharem em mútua companhia.

As duas tiraram os vestidos e, nuas, entraram no tanque.
A fúria, que tinha pressa (como sempre acontece com a fúria), pressionada pela urgência – sem saber porquê – banhou-se rapidamente e, ainda mais rapidamente saiu da água… Mas a fúria é cega ou, pelo menos, não distingue claramente a realidade. Por isso, nua e apressada, pôs, ao sair, o primeiro vestido que encontrou….
E aconteceu que aquele vestido não era o dela, mas o da tristeza…
E assim, vestida de tristeza, a fúria foi-se embora.
Muito indolente, muito serena, disposta como sempre a ficar no lugar onde estava, a tristeza terminou o seu banho e, sem pressa – ou melhor dito, sem consciência da passagem do tempo – com preguiça e lentamente, saiu do tanque.
Na margem, deu-se conta de que a sua roupa já não estava lá.Como todos sabemos, se há uma coisa que não agrada à tristeza é ficar nua. Por isso vestiu a única roupa que havia junto do tanque: a roupa da fúria.
Contam que, desde então, muitas vezes nos encontramos com a fúria, cega, cruel, terrível e agastada. Mas se nos dermos tempo para olhar melhor, percebemos de que esta fúria não passa de um disfarce e, por detrás do disfarce da fúria, na realidade, está escondida a tristeza. (Jorge Bucay in “Contos para Pensar”)

2. Mostrar o Iceberg

Eu desenhei um Iceberg que você pode projetar ou imprimir e colocar na parede. Eu imprimi ele em A3 e o coloquei na parede para ilustrar o que eu estava explicando. O Iceberg é uma metáfora visual muito interessante para ensinar sobre sentimentos ocultos. Os grupos com os quais trabalhei foram capazes de entender muito bem toda a explicação do Iceberg e, em seguida, complementamos a atividade com os cartões para colocar os emojis, de acordo com a explicação abaixo.

Como já falamos, há sentimentos que são apenas a expressão externa de outros sentimentos mais profundos. Portanto, a raiva pode ser apenas a ponta do iceberg para sentimentos que estão escondidos e misturados como podem ser: medo, frustração, solidão. Depois de contar a história de Jorge Bucay “A Fúria e a Tristeza” você pode mostrar ao grupo O ICEBERG, e como há sentimentos ocultos, disfarçados. Na ponta do iceberg, vemos um sentimento que parece muito claro para nós, mas abaixo, nas profundezas existem outros sentimentos que podemos encontrar quando nos preocupamos em falar com a pessoa, fazendo-lhes perguntas, porque às vezes ela não sabe o que realmente está sentindo.

3. Contar um conto:

Escolha uma história onde os personagens vivam uma série de situações e através de seus comportamentos expressem seus sentimentos. Abaixo, coloquei algumas histórias como sugestões. Ao contar a história, é importante identificar alguns sentimentos para servir como base para aqueles que estão na parte inferior do iceberg. Exemplo: se você está contando a história da Branca de Neve, você pode dizer que ela sentiu muito medo de ficar sozinha na floresta, depois que foi abandonada pelo homem encarregado de matá-la. Esse sentimento de medo serve como uma base (ponta do iceberg – ou centro da ficha) para procurar outros sentimentos escondidos. Durante a atividade (jogo), esse sentimento base identificado durante a contação servirá como ponto de partida para identificar outros sentimentos. Você ajudará o grupo a identificar esses sentimentos através de perguntas: Vocês acham que a floresta é um lugar bonito? Por que uma pessoa pode sentir medo na floresta? Ela estava sozinha ou acompanhada? Ela era uma pessoa acostumada a estar sozinha na floresta? A partir das perguntas podemos identificar outros sentimentos que culminaram com medo, que podem ser: solidão, insegurança, decepção, etc.

Este material pode ser utilizado em muitas sessões. Você pode trabalhar com muitas histórias diferentes.

APÓS CONTAR A HISTÓRIA:

  • Colorir o iceberg (as crianças amam essa parte);
  • Escolha um personagem e um momento na história para analisar um sentimento básico e descobrir os sentimentos escondidos.

Além disso, você também pode usar os cartões com emojis quando o grupo já entendeu a atividade. Existem 4 modelos de fichas base para usar: Amor, Raiva, Tédio, ficha em branco. Junto com estes são também os emojis que expressam diferentes emoções. Você deve imprimi-los da maneira que melhor lhe convier. Eu, por exemplo, imprimi os cartões e os emojis e os plastifiquei. Eu também imprimi muitos cartões em branco para que as crianças pudessem desenhar emoções, foi muito positivo. No centro da ficha deve estar o sentimento base e nos extremos os sentimentos ocultos. Eles utilizaram o lista dos 40 Estados Emocionais como material de consulta.

ALGUMAS FOTOGRAFIAS DA ATIVIDADE COM O GRUPO DE PROVA

SUGESTÕES DE CONTOS PROPOSTA: O GÊNIO E O PESCADOR:

GÊNIO:

a) Que sentimento o gênio expressou quando saiu do vaso? (Fúria)
b) Agora pense em quanto tempo ele esteve preso no vaso. O que ele deve ter pensado durante esse tempo? Que sentimentos ele pode ter sentido?
c) A raiva que ele sentia poderia ter outros sentimentos escondidos? Será que o gênio sentiu solidão durante este tempo? Ele gostaria de retornar à sua prisão?

PESCADOR:

a) O que o pescador sentiu quando o Gênio disse que o mataria? (Medo)
b) Ele tinha uma família? O que poderia acontecer com sua família se ele morresse?           c) Quais outros sentimentos o pescador poderia sentir diante das ameaças do Gênio?

OUTRAS HISTÓRIAS SUGERIDAS:

1- O Patinho Feio;
2 – A roupa nova do Rei;
3 – Cinderela;
4 – O Pequeno Príncipe (é mais longo, mas pode ser feito com adolescentes, com o livro como leitura sugerida)

5 – A vespa afogada.
6 – A parábola do filho pródigo; 7 – Davi e Golias.

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