Foto de Arquivo: Claudine Bernardes Lugar: Desierto de ls Palmas, Castellón de la Plana
No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma pedra.
(Carlos Drummond de Andrade)
Drummond nos deixou bastante claro que no meio do seu caminho tinha uma pedra. Porque sempre há pedras no caminho, no meu, no teu, no vosso, sempre há pedras.
Outro dia enquanto pedalava encontrei uma pedra no meio do caminho. A resposta foi rápida, a escolha fácil: desviei da pedra. Há pedras que podem ser desviadas, porque o caminho é largo e bem asfaltado. Entretanto, há momentos em que o caminho é um verdadeiro pedregal, então qual é a opção? Desistir da caminhada e dar meia volta com o rabo entre as pernas? Sim, essa é uma opção. Quem nunca desistiu que atire a primeira pedra! Porém, não podemos viver constantemente dessa maneira, porque sempre haverá um caminho pedregoso para vencer, uma montanha para escalar, um rio para cruzar.
Quando entrarmos em caminhos pedregosos, lembremos que as pedras que não podem ser removidas ou desviadas, poderão ser escaladas, porque Deus nos criou com mãos e pernas para escalar. Também tenha em conta que estes caminhos pedregosos geralmente são os que nos conduzem aos lugares mais lindos. Quem como eu gosta de caminhar ou pedalar entre as montanhas, sabe que a subida é muito cansativa, cheia de pedras, buracos, encostas íngremes e escorregadias. Mas não deixamos de enfrentar esses árduos caminhos, porque é ali, entre pedras, espinhos e suor, onde nos sentimos mais perto do nosso Criador.
entrada: A pedra e o caminho. Foto de Arquivo: Claudine Bernardes lugar: Desierto de las Palmas
Seria ótimo receber a sua opinião ou sugestão. “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral, sinta-se a vontade para fazer parte do nosso blog.
Chegou o momento. Pego o capacete e a minha incansável companheira de aventuras de duas rodas, e saio com rumo certo. Hora e meia, nem mais nem menos. Durante este tempo meus músculos se misturam com a engrenagem da bicicleta. Ela e eu nos transformamos em uma. Pernas e rodas, músculos e rolamentos se encaixam perfeitamente e posso voar. Me perco entre laranjais, desafio as montanhas e não me dou conta da gravidade. Sou apenas eu, sentindo o ar contra a cara. Sou apenas eu. Não sou mãe, não sou esposa, não sou mulher. Não se trata de um desafio, e tão pouco tenho metas a alcançar; é apenas o usufruto da vida em si mesma. Enquanto voo entre laranjais, montanhas e caminhos rurais, ninguém me nota. Ninguém me observa, à parte do meu Criador. E sei que ele sorri enquanto me vê, porque sabe que este “eu”, como todas as outras partes de mim, também é feliz.
Atividade de Desconexão
Hora e meia é o tempo que tenho, pela tarde, entre que deixo o meu filho no colégio e que tenho que voltar para buscá-lo. Aproveito esse tempo, três vezes por semana, para desconectar-me dos afãs do dia a dia. E na verdade me ajuda muito. Decidi compartilhar essa experiência, porque notei que desde que realizo essa atividade, me sinto muito melhor. Eu a chamo ATIVIDADE DE DESCONEXÃO, porque me ajuda a desconectar-me dos problemas e oxigenar o cérebro. É possível que penses que escrever já te ajude a desconectar, no entanto, te garanto que fazer uma atividade ao ar livre te ajudará ainda mais.
Desde que faço essas “escapadas” me sinto mais criativa e tenho menos stress. Além disso até o meu marido notou os efeitos. Me comentou que a relação familiar melhorou e que me nota menos cansada, e que enfrento melhor os problemas do dia a dia. Por isso te animo a fazer uma atividade de desconexão ao ar livre.
Também aproveito esse tempo para fazer algumas fotografias. Te deixo algumas para que vejas como é linda Castellón:
Praia de BenicassimDesierto de las PalmasLaranjais prontos para a colheita, a dez minutos de bicicleta da minha casa.Ovelhas no Rio Seco de Castellón. Demorou, mas por fim consegui fazer a foto que queria. Persegui essas ovelhas durante meses. O pastor as leva a pastar em muitos lugares diferentes.
Gostaria de saber se tens alguma atividade de desconexão ao ar livre. Não te esqueças que A Caixa de Imaginação é um instrumento de comunicação bilateral, por isso espero teus comentários.
(Para leer el texto en Español, pincha en: Cazador de mí)
Fotografia de arquivo: Claudine Bernardes
Caçador de mim
Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu, caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim
Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim
(Milton Nascimento)
“Identidade”, a busca nossa de cada dia
Me lembro quando era só uma adolescente e li por primeira vez essa poesia. Sim, porque na época ainda não a conhecia como uma canção (clica para escutar a canção). Me senti imediatamente identificada. Sei que não sou a única, porque essa canção fala muito da condição humana: Somos caçadores de identidade.
Vivemos a intensa busca de algo que ainda não descobrimos o que é. Buscamos por nodos os lados, debaixo de cada pedra, em cada canto, nas gavetas escondidas e lugares desconhecidos. Não sabemos exatamente o que é, e não deixaremos de buscar. Entretanto, sabemos que nos falta algo. Nos sentimos como um quebra-cabeça ao qual lhe falta uma peça, aquela peça definitiva que dará sentido a tudo, que deixará coerente o conjunto.
Sei que muitos não estarão de acordo comigo, porém, creio com todo o meu coração que o “homem tem um vazio do tamanho de Deus”, como uma vez disse Dostoiévski. Creio que ao “homem” (gênero humano) lhe falta essa identificação com o eterno. Buscamos incansavelmente por essa eternidade perdida, porque Deus colocou o desejo de eternidade no nosso coração. Sabemos que um dia vamos morrer, porém isso não nos parece natural. A vida é natural, porque fomos criados para a eternidade. Onde a encontramos? Onde ela estará escondida?
Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. Eclesiastes 3:11
Qual é a sua opinião? Sinta-se livre para comentar, para complementar meu pensamento ou discordar completamente. Só quero saber o que você pensa.
(Para leer esta entrada en español pincha en: Re-Read)
Re-Read Castellón. Fotografia de Arquivo.
Tesouro escondido
“Deslizou a mão sobre os livros enfileirados na estante. Seus olhos se fixaram em um título conhecido, e uma chuva de lembranças jorrou desde um recôndito escondido da sua memória. Sempre vale a pena reler um bom livro – pensou. Retirou o livro da estante, sentindo-se como um garimpeiro ao encontrar uma pedra preciosa. Com um sorriso nos lábios, acariciou sua capa, como se abraçasse um velho amigo que há muito tempo não via. Abriu o livro cujas folhas amareladas eram testemunhas do tempo passado, e encontrou outro tesouro, em forma de dedicatória: ‘Querida Clara. Sei que agora os seus dias parecem nublados. Mas posso te garantir que atrás dessas nuvens escuras o sol ainda brilha. Não deixe a esperança morrer, porque sempre surgem ventos que afastam as nuvens cinzas. Ainda que agora não possa estar fisicamente ao teu lado, te envio este livro, um bom amigo, para te fazer companhia e lembrar-te que minhas orações te acompanham. Um abraço carinhoso da sua avó.’ Embora seu nome não fosse Clara e aquelas palavras não lhe fossem dirigidas, sentiu que seu coração se comovia. Com um sorriso ainda nos lábios se dirigiu ao caixa. Depois de pagar saiu triunfante, sabendo que realmente havia encontrado um tesouro escondido.”
Sou uma apaixonada por livros usados. Amo encontrar anotações em páginas amareladas, e quando encontro uma dedicatória… ai… me sinto emocionada. Porém, quando entrava em um sebo, me sentia como um mineiro, buscando um pedacinho de diamante em uma gruta escura, fria e úmida. Alguns sebos parecem um ninho de gato, com livros esparramados pelo chão, ocupando cada espaço e sem qualquer ordem. Claro, que nem todos os sebos são assim. No entanto, não havia encontrado nenhum que realmente me produzisse prazer aos sentidos. Até que caminhando por Castellón encontrei Re-Read. “Uma livraria nova!” – Pensei. Mas na verdade era uma livraria de livros usados. E pasmem! Um lugar limpo, organizado, agradável… um sonho para qualquer leitor. Na verdade, não é só agradável, é também acolhedor. Me senti tão bem ali, que o tempo passou e nem notei.
Além disso os preços são estupendos. Todos os livros têm o mesmo preço. Um livro por 3 euros, dois por 5 euros e cinco por 10 euros. Ali encontramos desde livros infantis, autores desconhecidos ou best-sellers como C.S. Lewis e Ken Follet.
A primeira Re-read foi aberta em Barcelona e fez tanto sucesso que logo se tornou uma franquia. Atualmente já são quase 20, e tenho certeza que o número de livrarias lowcost continuará crescendo (Deixo aqui o link http://www.re-read.com) .
Os deixo algumas fotinhos mais para que vejam que lugar acolhedor e agradável é a Re-Read de Castellón:
Você já conhecia Re-read? O que lhe pareceu? Espero seu comentário. Obrigada por passar por “A Caixa de Imaginação”. Até breve 😉
(Para leer el texto en Castellano pincha en: Cambios)
Fotografia de Arquivo: Claudine Bernardes
Mudanças
A mesma de ontem?
Não, jamais volterei a ser.
Porque a pessoa de ontem
morreu quando dormi.
Hoje acordei um pouco diferente,
um pouco transformada.
Sou uma variação da pessoa de ontem,
uma nueva versão.
Ainda que a mudança seja pequena,
para alguns imperceptível,
te garanto…
não sou a mesma.
Choro mais nos filmes,
menos nos velórios.
Minhas perdas são menos sofridas.
No entanto, a pessoa de hoje
sofre mais com a perda alheia.
Insólito, verdade?
Confesso, gosto de mudar.
Gosto de “morrer-me para mim”
cada dia.
Porque assim, tenho a oportunidade
de voltar a tentar.
Bom, hoje já falei demais
e vivi o suficiente.
Chegou a hora!
A pessoa de hoje deve morrer.
(Claudine Bernardes)
Ano novo, mudanças e recomeços.
Acredito piamente na oportunidade diária de recomeçar, de mudar e de voltar a tentar. Amo cada dia, cada segunda-feira e cada ano novo, porque são sinônimos de esperança de que coisas novas podem passar.
Entretanto, sei que cada um de nós deve ser dono das oportunidades diárias que Deus nos brinda para melhorar como pessoa. Não podemos deixar que os dias passem sem que ocorram mudanças necessárias em nosso caráter. Essa é nossa responsabilidade. Infelizmente vejo pessoas que durante sua juventude eram adoráveis, cheias de esperança e fé, porém com o passar dos anos elas permitiram que esses bons sentimentos morressem nas suas vidas. Se tornaram em pessoas piores, tristes, mesquinhas. Creio que todos os dias devemos morrer, e voltar a nascer como uma pessoa melhorada, revigorada cheia de esperança, ainda quando tempo esteja nublado.
Te peço que faça esse exercício comigo.Observa-te no espelho e faça essas perguntas:
Como é essa pessoa de hoje? Já foi melhor? O que perdeu pelo caminho? Perdeu a fé, o amor próprio, a esperança? Que maus hábitos acreditas que hoje devem morrer quando dormires?
Lembre-se que todos os dias temos a oportunidade de mudar, porém nem todas as pessoas que estão na nossa vida esperarão as mudanças. Além disso, haverá um dia em que O DIA terminará para nós.
Fotografia e texto: Claudine Bernardes
Estás de acordo com essa reflexão? Espero receber o teu comentário. Obrigada por passar pela minha “A Caixa de Imaginação”. Até breve 😉
O pobre passarinho está preso na gaiola.
Dão-lhe de beber e dão-lhe de comer.
Esperam que cante…
mas, cantar o quê?
Cantar de como é triste a sua prisão?
Que suas asas doem e deseja sua libertação?
O pobre passarinho está preso em sua triste gaiola,
feita de tijolo e revestida de cimento.
Dão-lhe de comer, dão-lhe de beber,
ensinam-lhe a ler.
O triste passarinho já nasceu numa jaula.
Entretanto, ainda é pássaro e anela voar.
Sem perder a determinação,
suas frágeis asas chocam-se
constantemente contra a prisão.
O pequeno pássaro deseja fugir da estreita
gaiola revestida de cimento,
por isso molesta, protesta,
mas ninguém lhe presta atenção.
Inscrevem-lhe em atividade extraescolar,
talvez assim deixe de importunar.
Com a mente cansada e a asa quebrada
o pobre passarinho cai rendido,
mas, ainda assim, não desistiu de voar.
(Claudine Bernardes)
As vezes sinto que estou criando um pássaro numa gaiola de concreto.
Brincar é a atividade mais importante para as crianças.
Não se trata somente de diversão, é também uma maneira de desenvolver-se e de aprender. Segundo o artigo de Melinda Wenner Moyer, na revista “Mente y Cerebro” nº 46 (A importância de brincar),
“A brincadeira estimula a inteligência e reduz o stress. Além disso, de acordo com diversos estudos realizados, a falta da brincadeira na infância, junto com o maltrato, constituem duas variáveis que deterioram o desenvolvimento.”
Lembro-me que de pequena, brincar era o centro da minha vida. Sozinha, com os irmãos, primos ou vizinhos, nos sobrava tempo e o bairro era o nosso jardim de jogos. Estudava? Claro que sim! No entanto tínhamos a liberdade de fazer o que quiséssemos com o nosso tempo livre. Eram outros tempos, não nego. Hoje em dia as crianças já não vivem com tanta liberdade, principalmente aqui na Espanha, onde a maioria das famílias vivemos em edifícios. Soma-se a esta realidade o fato de que na maioria das famílias, ambos pais trabalham e as crianças devem passar cada vez mais tempo ocupadas. Começam a estudar cada vez mais jovens (meu filho aos quatro anos já sabia ler), e para ocupar o tempo são matriculados em diversas atividades extraescolares.
Você pensa que estou exagerando?
Conheço a muitas crianças que chegam no colégio às 8h da manhã (algumas antes), almoçam lá, e as 17h, quando termina a aula, devem participar de inúmeras atividades extraescolares (dança, patinagem, futebol, piscina, matemática etc.). Depois dessa frenética atividade diária, a pobre criança chega em casa e ainda deve fazer os deveres, estudar para provas, jantar, tomar banho e cair rendida de sono… porque no dia seguinte começa tudo outra vez.
É como se cada momento da vida da criança devesse estar programado. Ocupar o tempo dos filhos com qualquer coisa, virou uma obsessão na cabeça dos pais.
Sobre isso, Melinda Wenner Moyer adverte que
“Atualmente os pais priorizam para seus filhos as atividades estruturadas, deixando pouca margem para brincadeiras e jogos livres, os quais beneficiam a criatividade, a cooperação e a conduta social.”
O quê podemos fazer para ajudar as nossas crianças?
Como mãe gostaria que meu filho tivesse uma infância tão feliz como a minha, porém, sou consciente de que não lhe posso dar algo igual. O poema e a imagem que aparecem nesse post, foram feitos por mim para lembrar-me sobre a minha responsabilidade quanto à felicidade do meu filho. E para que isso não caísse no esquecimento, coloquei a imagem num quadro e a pendurei na parede, em frente da minha mesa de trabalho.
Outra coisa que fizemos (meu marido e eu) foi criar algumas regras de conduta que nos ajudariam a não manter nosso filho em uma jaula:
1 – A educação do nosso filho é nossa responsabilidade: Hoje em dia a maioria dos pais delega ao estado a responsabilidade sobre a educação de seus filhos. O colégio é um apoio, porém, como pais decidimos estar sempre envolvidos na sua educação, essa é nossa responsabilidade. Dessa forma, nosso pequeno passa no colégio somente o tempo essencial e obrigatório.
2 – Brincar sem outras pretensões: Brincar por brincar, fazendo suas escolhas, bagunçando toda a casa se é necessário (com a responsabilidade de organizar seus brinquedos depois que termine de brincar).
3 – Ir ao parque: não temos jardim, e nosso edifício não tem área de jogos, por isso nos esforçamos por levá-lo ao parque com frequência. Ali pode brincar com outras crianças, inventar mundos entre as árvores e despertar sua imaginação.
4 – Atividade extraescolar limitada: decidimos que somente lhe matricularemos em uma atividade extraescolar, a qual será escolhida levando em conta as suas preferências.
5 – Brincar com a imaginação e reforçar a concentração: Nosso pequeno tem dificuldade em concentrar-se, por isso utilizamos jogos lúdicos que fomentam a concentração (ludo, jogo da velha, Oca etc.), além disso buscamos fazer trabalhos manuais em família e criamos nossas próprias histórias infantis.
Sou consciente, que tentando ser bons pais já cometemos muitos erros. Muitos dias serão duros outros nem tanto, porém nunca desistiremos de dar o melhor, para que o nosso filho sinta-se amado da mesma forma como nos sentimos amados pelo nosso Criador.
Se você entende o Espanhol, recomendo que veja esse vídeo:
Seria ótimo receber a sua opinião ou sugestão. A Caixa de Imaginação é um instrumento de comunicação bilateral, sinta-se a vontade para fazer parte do nosso canal. 😉
Há dias em que desejo conquistar o mundo, realizar
grandes façanhas. Quando na verdade, pouco disso há na minha vida.
Porque, se olho para trás, vejo que as minhas grandes conquistas
foram feitas através de pequenas e simples escolhas.
Por isso, hoje reivindico a simplicidade das escolhas cotidianas.
O desejo ardente de conquistar o impossível, de viver constantemente a adrenalina no amor, no esporte, etc, está transformando-nos em seres frustrados no nosso dia a dia. Queremos viver as incríveis histórias de amor vistas nos cinemas, e se o “amor” não se apresenta dessa forma, não é suficiente. Cada vez mais necessitamos viver a vida ao extremo: o extremo da felicidade, o extremo do amor, o extremo nos esportes; estamos viciados na adrenalina. Observamos a vida de outros através de suas publicações nas redes sociais e pensamos no como a “grama do vizinho é sempre mais verde”. Isso nos frustra! Então, começamos a fazer loucuras para mostrar como somos interessantes, e claro, tudo isso deve ser registrado, fotografado, publicado e compartilhado, do contrário não tem sentido.
Kirill Oreshkin o “rei” do selfie extremo.
O termo balconing vem de “pular do balcão”, como os espanhóis denominam as sacadas, em direção a uma piscina ou a outra varanda.
Um pouco de tudo isso ao que me refiro, está virando manchete nos jornais e circula constantemente nas redes sociais. Vamos a dois exemplos: Selfies extremos que já provocaram a morte de muitas pessoas; tal é a preocupação que Rússia inclusive lançou uma campanha contra essa loucura que se está generalizando. Outra dessas insanidades é o “balconing”, que significa pular de uma sacada em direção a uma piscina ou outra sacada. Ocorre muito na Espanha, entre turistas jovens e já provocou várias mortes e lesões.
Realmente acredito que é necessário reivindicar a simplicidade da vida, promover a contemplação e buscar prazer nas coisas pequenas e cotidianas.
Uma pessoa emocionalmente superficial precisa de grandes eventos para ter prazer, uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido. Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um treinamento.
Você concorda com o que eu escrevi? Qual a sua opinião? Gostaria muito de ler seus comentários a sugestões sobre esse tema.
Guardo a esperança presa em uma caixa de sapatos. Às vezes a espio com cuidado, não abro muito para que não fuja. Guardo minha esperança com zelo, desejando que as coisas mudem, e que minha simples esperança se transforme em algo tangível.
Guardo aquele sentimento que me deixaste, aquele sentimento que produziste ao partir. O mundo não o vê porque o guardo com zelo. Ninguém o ouve. Me calo e escondo o que levo. Ainda que guardado dentro de mim persista uma terrível tempestade, é minha essa tempestade e não a deixo partir. Na verdade, conservo essa dor que levo porque é o único que resta de ti.
Guardo dentro aquele desejo de ser o que jamais serei. O guardo escondido onde só eu possa amá-lo, onde ninguém possa julgá-lo. Não! Não insista porque não o deixarei ir. Ele é o único que me conecta com o que jamais terei coragem de ser. Porque o que sou é um sorriso apagado, é vontade contida, é um nada em um mundo que exige que sejamos tanto.
Guardo, escondo e mantenho aquilo que já foi e não é mais. Às vezes me pergunto se não seria mais fácil deixá-lo partir. Porém o medo do vazio me faz retroceder, e fecho as portas uma vez mais, e não o deixo ir
♥♥♥
Guardamos roupas apertadas com a esperança que voltem a servir-nos. Telefones de pessoas que desapareceram de nossas vidas e que possivelmente jamais regressem. Todos guardamos coisas, palpáveis ou não. Eu guardo minha sapatilha de escalada como se fossem um tesouro. Nela conservo a lembrança de tempos prazerosos, quando conquistava às alturas; a adrenalina da queda quando meus braços e pernas endurecidos pelo esforço já não continham meu peso. No entanto há coisas que não devem ser guardadas:
Rancor:
Às vezes atesouramos sentimentos negativos em relação a pessoas que nos feriram. Todos sabemos que perdoar é primordial para nossa saúde mental, espiritual e inclusive física. Mas na hora do “vamos ver” quando temos que deixar ir esse sentimento horrível, buscamos desculpas. “Não estou preparado para perdoar”. “Você não sabe quanto dano ele (ela) me fez!” Esses argumentos não são lógicos, porque enquanto você não perdoar estará lidado de forma negativa a essa pessoa. Perdoar é saudável e libertador. Todos estamos en Construção:
Há coisas que são inalcançáveis simplesmente porque não estamos dispostos a transformá-las em realidade ou não queremos pagar o preço da conquista. Um exemplo experimentando por mim: depois de terminar a faculdade de direito, e trabalhando nessa área durante anos, resolvi fazer uma especialização na Espanha. Amo o direito com loucura, me imaginava sendo advogada até o fim dos meus dias. Entretanto, me casei e fiquei por aqui mesmo. Por diversas situações que vão desde vários exames orais complicadíssimos exigidos para homologar o diploma, até o fato de que sou idealista demais para trabalhar com o direito espanhol (tão quadrado), acabei tendo que fazer uma escolha: Deixar essa paixão pelo direito de lado e viver a vida como ela agora é, ou ficar chorando sobre o leite derramado, frustrada e com pensamentos nostálgicos de como era linda a minha vida profissional no Brasil. Deixei meu amor ir embora. Aceitei minha vida tal qual ela é, e isso me fez sentir mais leve e pronta para empreender novos caminhos.
Sentimentos e relações daninhas:
Você já se apaixonou por alguém que, apesar de não querer levá-lo a sério, tampouco o deixa passar página? Isso é terrível! É como se quisessem manter-nos escravizados a uma relação sem futuro é que quanto mais se demore em terminar, mas dano produzirá. É fundamental tomar a decisão de abrir mão dessa relação e deixar partir esse sentimento. É algo que beneficiará a ambos. Também há aquele sentimento que guardamos em relação a alguém que já não quer mais fazer parte da nossa vida. Albergamos a ilusão de, quem sabe um dia… e vamos guardando esse sentimento que não tem futuro. Isso é terrível, cansativo e nos aprisiona a algo que já não existe. Chegou a hora de passar página!
Jogue fora! Não guarde dentro os entulhos do passado. Caminhe pela vida leve porque a vida em si já é pesada.
E para terminar, deixo uma música da Lorena Chaves “O Lamento” que fala sobre seguir adiante, “olhar pro céu e caminhar”:
Penso desistir do que não sei
Por não saber esperar no que vai dar
Sonhos que se foram junto a ti
Eu já não sei por onde recomeçar
Caso de amor assim eterno
Nem uma vida inteira para esquecer
Sigo lamentando pelas fichas todas gastas em você.
E nem de longe eu vivi a paz
Fui percorrer as curvas da avenida
Comprar vitrines inteiras de futilidade
Fazer sorrir tristeza pra essa imensa dor
Nas caixas o vazio da minha alma
A cura temporária para a solidão
Procuro esperança pra essa vida vã
É hora de olhar pro céu e caminhar
E nem de longe eu vivi a paz
Fui percorrer as curvas da avenida
Comprar vitrines inteiras de futilidade
Fazer sorrir tristeza pra essa imensa dor
Nas caixas o vazio da minha alma
A cura temporária para a solidão
Procuro esperança pra essa vida vã
É hora de olhar pro céu e caminhar
(Lorena Chaves – O Lamento)
Então, gostou? Espero o teu comentário. Lembre-se que a “A Caixa de Imaginação” é um canal bilateral de comunicação, por isso, ficarei feliz em receber os teus comentários e ideias. Ah! Se gostou compartilhe. 😉 (Para leer esta entrada en Español: Lo que escondo adentro de mí)
Sou um ponto de partida
desde onde as pessoas alçam voo,
decolam.
Quando alcançam altura,
olham para baixo e ali estou
um ponto… um simples ponto.
Um ponto de partida
Talvez se esqueçam de mim,
talvez nunca regressem.
Entretanto,
o que sou jamais deixarei de ser:
seu ponto de partida.
Há também os que regressam,
porque para eles,
além de ponto de partida
sou uma parada de descanso.
(Claudine Bernardes)
Foto da Capa
Se você não puder ler todo o meu post, ao menos veja o vídeo do livro infantil “O Ponto” (Peter H. Reynolds) que me inspirou a escrevê-lo. Está abaixo.
Você é ponto de partida ou ponto final?
Saber a resposta para esta pergunta é essencial para melhorar o seu relacionamento com os demais. Mas, que história é essa de ponto de partida e ponto final? Bem, desde pequenos nos encontramos com pessoas que de alguma maneira foram um ponto de partida, que nos ajudaram a iniciar algo, inclusive, a ser o que hoje somos. Pense neles! Para algumas pessoas os pais foram seus primeiros “ponto de partida”: animando a aprender algo, a iniciar um projeto, ou alentando quando estão a ponto de desistir. Também estão nossos professores, que compartilharam conosco seu conhecimento, e plantaram dentro de nós as sementes do conhecimento, de projetos e sonhos. É possível, inclusive, que estas sementes tenham germinado e hoje são belas árvores frutíferas que alimentam outras pessoas. Há muitas pessoas que para mim foram um ponto de partida e algumas se transformaram em uma parada de descanso.
O que tinham essas pessoas de especial que as tornaram um “Ponto de Partida”? Deixarei 7 características que pude encontrar. As pessoas “Ponto de Partida”…
Plantam sementes: O ponto de partida é um princípio de algo. Por essa razão, uma pessoa “Ponto de Partida”, é alguém que ajuda a outros a encontrar seu potencial. Para isso, plantam uma semente, o que é o mesmo que uma ideia ou uma palabra de ânimo. Ajudam a despertar talentos que estavam dormidos, ou inclusive que não existiam, porém com trabalho e tendo alguém que nos anime, esses talentos vão surgindo, crescendo e consolidando-se. Você já ajudou a alguém encontrar seu potencial?
Transmitem conhecimento: Uma pessoa “Ponto de Partida” ama transmitir conhecimento ou experiências, é um “mestre da vida”. Quando compartilham conhecimento não o fazem desde um pedestal, não erguem barreiras e tampouco são impessoais. Porque para uma pessoa “Ponto de Partida”, cada ser humano que passa pelas suas mãos é único; não vê uma pessoa problemática como um problema, mas sim como uma resposta ao seu crescimento. Você compartilha o que sabe com outros?
Amam o que fazem: O amor sempre é o motor que impulsa a uma pessoa “Ponto de Partida”. Quando não há amor, as frustrações o farão desistir de alentar a outros. Você ama o que faz?
Não esperam reconhecimento: Penso que sempre devemos reconhecer as pessoas que nos ajudam, porém nem sempre isso ocorrerá. A pessoa “Ponto de Partida” sabe disso, por essa razão planta árvores sem esperar comer do fruto. Para ela o importante é coloborar para que haja frutos, ainda que seja para alimentar a outros. São aqueles professores que apesar de ganhar um ínfimo salário, dão o melhor de si; não têm medo de abrir-se e mostrar o que são. Você ajuda sem esperar algo em troca?
Fazem críticas construtivas: Realmente creio que devemos dizer o que pensamos, porém devemos fazê-lo tendo como base o amor. Uma pessoa “Ponto de Partida” sabe que fazer críticas é importante para ajudar outras pessoas a crescerem; no entanto, também sabe que suas palavras podem matar o sonho de outras pessoas. Por essa razão, escolhe a palavra e o sentimento apropriado para dizer algo; porque suas críticas edificam pontes entre as pessoas e seus sonhos. São um alento nos momentos de dificuldade, uma palavra de partida num momento de branco criativo e principalmente um : “Faça melhor da próxima vez, porque sei que você pode!” Como as pessoas reagem as suas críticas?
São buscadas para dar conselho: Há pessoas que adoram dar conselhos, estão apaixonadas pelo som da própria voz. São os especilistas em “de tudo um pouco”, que pensam que sua ideia é única e que a sua resposta é sempre a verdadeira; a única opção. Porém, uma pessoa “Ponto de Partida” não pensa assim, por essa razão, outros a buscam. Ela não necessita pendurar no pescoço um cartaz de “dou conselho grátis”, porque os demais sabem que quando necessitem ela estará ali. Outras pessoas buscam os seus conselhos?
São Multiplicadoras: Isso mesmo! Uma pessoa “Ponto de Partida” gera outras pessoas “Ponto de Partida”. Seu impacto é tão positivo em outras pessoas que gera nelas o desejo de também serem pontos de partida. Esse é o ápice, a coroação e a prova do seu sucesso: conseguir transmitir o legado de ser um “Ponto de Partida”. Você está transmitindo o seu legado?
Agora gostaria que você meditasse nesses sete pontos e com sinceridade refletisse se você está sendo um ponto de partida, ou se suas críticas estão servindo de ponto final aos sonhos de outros.
Para terminar gostaria de compartilhar com você o vídeo do livro infantil que inspirou esse post. Se chama “O Ponto” (Peter H. Reynolds). Não termine de ler essa publicação sem ver esse vídeo, é realmente inspirador.
Lembre-se que “A Caixa de Imaginação” é um canal aberto, por isso nos alegra receber seus comentários e contar com a sua participação. Também, gostaríamos de perdir-lhe que compartilhe com seus amigos esse post, dessa forma você poderá ajudar a outras pessoas. (Pincha para leer el texto en español: Punto de partida)
Se há um cantor caribenho que gosto de verdade, esse é Juan Luis Guerra. É possível que você não o conheça, porém tenho certeza que já escutou alguma música dele. Sabe aquela música cantada pelo Fagner “Borbulhas de amor“? Essa é uma das inúmeras canções de autoria de Juan Luis Guerra, que fizeram um sucesso extraordinário. Sim, porque esse cantor é um poço sem fundos de criatividade e boa música. Juan Luis Guerra é de República Dominicana, um lugar cheio de pessoas simpáticas (tenho muitos amigos dominicanos e todos são gente boa), alegres e de bem com a vida. Suas canções são o reflexo dessa realidade. Seu primeiro trabalho “Soplando” foi lançado em 1983, e desde então já somou outras 12 obras à sua discografia. Além disso, também estão outras 15, isso mesmo q-u-i-n-z-e, compilações dos seus trabalhos. E os prêmios? Esses não foram pouco. Dentre os 13 discos lançados por ele, seis foram nominados aos Prêmios Grammy e dois deles levaram o prêmio de melhor álbum latino (Bachata Rosa e La llave de mi corazón). Mas não nos esqueçamos dos Prêmios Grammy Latino onde ele foi proclamado vencedor inumeráveis vezes, em diversas categorias (Para ver todos seus prêmios entre aqui).
Ah! Há outra informação sobre ele, que pode ou não ser do seu agrado: Juan Luis Guerra é cristão… desses que não têm vergonha de declarar a sua fé publicamente. Suas canções de fundo cristão também fazem muito sucesso. Deixo aqui algumas que gosto muito:
Essa vai em homenagem a minha mãe (é a sua música preferida):
Você já conhecia a Juan Luis Guerra? Gostou das suas músicas? Espero o seu comentário. Lembre-se que “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral. Lerei seus comentários com alegria e os responderei rapidamente. Até breve!