Contos e quebracabeça: desenvolver as funções executivas e educação emocional

Hoje quero compartilhar com vocês uma atividade muito interessante que fiz com meus alunos da Escola Bíblica Dominical, mas que você pode fazer na escola, em casa, no parque, nas oficinas de educação emocional e desenvolvimento da criatividade.

SOBRE A ATIVIDADE

Primeiro vou contar como realizei a atividade e depois explicarei os benefícios que elas produzem, também com base em pesquisas científicas. Esta atividade foi desenvolvida na escola bíblica dominical onde leciono. Costumo ensinar crianças dos 8 aos 12 anos, mas desta vez estiveram comigo várias idades (dos 3 aos 12 anos). Precisava de algo estimulante, criativo que pudesse ensinar e divertir todas as crianças, por isso escolhi esta atividade.

OBJETIVO DA ATIVIDADE: Ensino bíblico (vimos diferentes histórias da Bíblia e falamos sobre adorar a Deus) e desenvolvimento emocional e funções executivas.

COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS: competências sociais (trabalho em equipa e ajuda mútua); motor fino; organização do espaço de trabalho; desenvolvimento de habilidades motoras; gestão da frustração; planejamento.

MATERIAL NECESSÁRIO: 1. LIVRO QUEBRACABEÇA (usei “Heroes Bibles of Puzzles” publicado pela Scandinavia Publishing, que nos chegou do Equador – Livraria Clara Luz), tenho também um quenbracabeça de O Pequeno Príncipe LIVRO COM PUZZLES, Editorial NGV ( ambos contêm 6 quebra-cabeças e a história correspondente). 2 sacos plásticos.

DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE

1. PREPARAÇÃO DO ESPAÇO

Cheguei cedo no local, separei os quebra-cabeças, tirei do livro e coloquei um a um dentro de sacos plásticos. Então eu os escondi por todo o espaço.

2. PROCURE O TESOURO

Recebi as crianças, perguntei como foi a semana e depois expliquei que faríamos uma atividade divertida. Eu disse a eles que por toda a sala eu havia escondido saquinhos de quebra-cabeças, que eram os tesouros de nossa atividade. E que eles deveriam procurá-los e começar a montá-los. As crianças iniciaram a atividade fazendo uma caça ao tesouro.

3. MONTANDO O QUEBRACABEÇA

Depois de encontrar os quebra-cabeças (um para cada criança – se não houver o suficiente, você pode colocar as crianças em pares), as crianças começaram a montá-los. A dificuldade aqui é que as crianças NÃO VIRAM ANTERIORMENTE as figuras do quebra-cabeça, então elas não sabiam exatamente o que estavam montando. Os mais velhos foram os primeiros a terminar e depois ajudaram os mais novos (aqui trabalhamos as competências sociais de empatia e assertividade). Colaborar para construir o quebra-cabeça foi divertido, estimulante e desafiador, pois eles tiveram que gerenciar uma comunicação assertiva e empática, ou seja, os grandes não podiam fazer tudo, tratava-se de ajudar os pequenos a montar.

4. DESCOBRINDO A HISTÓRIA.

Depois que todos os quebra-cabeças foram montados, cada criança teve que descobrir a qual história bíblica se referia e contar um pouco sobre essa história para seus colegas. Havia apenas uma história que as crianças não conseguiam identificar, então contei para todos e conversamos sobre como aplicá-la em nossas vidas hoje.

5. DO QUEBRACAEÇA AO LIVRO

Para finalizar a atividade, cada criança me ajudou a colocar o quebra-cabeça montado na página correspondente do livro e depois o ensinou, completando para os colegas.

ADAPTAÇÕES

Essa atividade pode ser feita dentro ou fora da igreja, tanto nas atividades bíblicas, como nas escolas, oficinas de educação emocional, etc.

Exemplos: 1. Usei histórias bíblicas porque estava fazendo uma atividade espiritual, mas poderia fazê-lo em associações (que me contratam para fazer oficinas) usando o livro quebra cabeça do Pequeno Príncipe ou outro que eu tivesse. 2. Você pode fazer em casa com uma ou mais crianças, escondendo os quebra-cabeças pela casa; 3. Você poderia fazê-lo no PARQUE, escondendo os quebra-cabeças entre as plantas (mas seria necessário ter uma superfície lisa e estática para montar o quebra-cabeça).

O QUEBRACABEÇA PARA FAVORECER O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS

Agora deixo-vos com pequenos excertos do projeto final de licenciatura, realizado por María San Frutos González “QUEBRA-CABEÇAS PARA FAVORECER O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS” que pode ler na íntegra clicando aqui (atenção, está em castelhano)

  1. A capacidade de síntese e análise.
  2. Coordenação óculo-manuela.
  3. inteligência visuoespacial.
  4. Motricidade fina.
  5. Pensamento lógico.
  6. Criatividade.

Desenvolve o exercício mental, exercitando os lados direito e esquerdo do cérebro. O direito é responsável pela criatividade, emoções e pensamento intuitivo; e o esquerdo é o lado lógico, objetivo e metódico (Gordillo, 2020. p.2).

Segundo Moreno (2016), as funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas cujo principal objetivo é facilitar a adaptação das pessoas a novas situações. Essas habilidades são essenciais para a vida em geral, e para o adequado aprendizado acadêmico em particular, desde a primeira infância.

As funções executivas são a essência do nosso comportamento, são a base dos processos cognitivos e constituem o elemento de maior valor diferencial entre o ser humano e as outras espécies (Portellano, 2005), pois englobam um conjunto de competências cujo objetivo principal é facilitar a adaptação do indivíduo a situações novas e complexas, indo além dos comportamentos habituais e automáticos (Collette et al., 2006).

Algumas das habilidades que são trabalhadas através das funções executivas segundo Gioia et al. (2000a,b). Serão as seguintes que dividiremos em dois grandes blocos: habilidades socioemocionais e habilidades cognitivas.

1.1 Habilidades socioemocionais

Inibição: É a capacidade de interromper nosso próprio comportamento no momento certo, o que inclui ações e pensamentos ou atividade mental. O oposto da inibição é a impulsividade. Se temos uma fraqueza para interromper a ação dirigida por nossos impulsos, então somos “impulsivos”.

Mudança: É a capacidade de mover-se livremente de uma situação para outra e pensar com flexibilidade para responder adequadamente a uma situação.

Gestão Emocional: É a capacidade de modular as respostas emocionais, de modo que usemos pensamentos racionais para controlar os sentimentos.

Planejamento: É a capacidade de lidar com as demandas de uma tarefa orientada tanto para o presente quanto para o futuro.

Organização de materiais: É a capacidade de colocar ordem no trabalho, lazer e tempo livre e em espaços dedicados ao armazenamento.

1.2 Habilidades cognitivas

Em relação às habilidades cognitivas, mencionamos duas delas, que trabalharemos na proposta de intervenção. Que são:

Auto-supervisão, sendo esta a capacidade de manter o controle de nossas tarefas.

Ser autônomo ao medi-los e avaliá-los. Levando em conta modelos previamente estabelecidos, para que a criança saiba o que precisa ou o que se espera dela.

Da mesma forma, temos memória de trabalho, que leva em consideração a possibilidade de reter informações em nossa mente. É o tipo de memória responsável por reter e processar temporariamente a informação, uma vez realizadas as tarefas cognitivas (Flores, Fernández, 2016).

Gostou? O que você achou da atividade? Se você achou interessante, peço que compartilhe em suas redes sociais. E se você fizê-la, eu gostaria de saber como foi.

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