Ontem uma de minhas alunas do Brasil me disse que foi convidada para dar uma palestra para um grupo de professores da Escola Bíblica Dominical e para isso ela me pediu orientação.
Parece-me um avanço que igrejas ou entidades religiosas em geral comecem a se preocupar com as emoções das pessoas que frequentam suas reuniões, principalmente crianças.
Há algum tempo venho trabalhando com crianças, dentro e fora das igrejas, e sempre me preocupei com suas emoções e por isso também desenvolvo atividades de educação emocional na igreja. Falando especificamente de entidades religiosas, tenho observado que muitos dos problemas que surgem entre os membros e deles para o mundo ao seu redor, têm uma base emocional.
Acredito que devemos ensinar desde muito cedo a exercitar a empatia, a assertividade, a consciência emocional e a gestão das emoções. O próprio Jesus Cristo fez isso por meio de seus ensinamentos e exemplo de vida. Ensinou-nos a amar o próximo como a nós mesmos… se apenas praticássemos este mandamento, tudo na vida seria muito melhor. Isso é algo extremamente profundo, que devemos avaliar bem. Ninguém pode amar os outros se não se amar… o que é o amor? quem é o meu próximo? por que levantamos tantas bandeiras? O que as bandeiras que levantamos fazem conosco?
Analisando todo esse tema, o grande psiquiatra brasileiro Augusto Cury escreveu este livro “O Mestre da Sensibilidade” que é o segundo livro da coleção Análise da Inteligência de Cristo. Neste livro, Augusto Cury estuda as emoções de Jesus e explica como ele foi capaz de suportar as maiores provações em nome da fé. Sua inteligência e personalidade incomparáveis fazem dele o ponto de partida perfeito para uma investigação sobre o funcionamento da mente e sua incrível capacidade de superação.
Bem, a verdade é que as emoções afetam a todos nós. Por isso conhecê-las, reconhecê-las e gerenciá-las é essencial, não acha?
Aproveito para deixar uma aula gratuita sobre este tema.
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Caso tenha alguma pergunta que gostaria de me fazer, basta deixar em comentários. Seria uma alegria poder ajudar de alguma forma. Também te convido para me seguir em Instagram
Antes de responder a essa pergunta, é muito importante esclarecer que é super natural que uma criança dessa idade tenha momentos em que expresse a raiva de uma forma bastante forte. Essa é a idade da birra, principalmente porque ao não conseguir se comunicar de forma adequada com o adulto a criança se frustra e daí surge a expressão da raiva. Poderia falar muito mais sobre esse assunto, inclusive citando a vários autores, porém prefiro ir direto à resposta que dei à psicóloga que me enviou essa pergunta:
Aqui vemos uma criança muito pequena, que está atuando de acordo com a sua idade. O que se pode fazer nesse caso é um processo psicopedagógico. Utilize contos com pouco texto e imagens potentes, com personagens humanos expressando as suas emoções. No meu livro “Carlota não quer falar” que você pode conhecer clicando aqui, trabalho diversas emoções e a criança pode interagir com a história. Também possuo material em PDF Gratuito que você pode solicitar o qual possui diversas atividades para aplicar com crianças de diversas idades. Se quiser o material preencha o formulário abaixo que lhe envio.
Outro dia, numa das aulas que dou no Instituto de Psicologia IASE, aqui na Espanha, uma das alunas que é psicóloga, explicou que deixou de trabalhar com o público infantil, porque os pais não se envolviam na terapia. Ela utilizou a seguinte metáfora: “Era se como as crianças chegassem sujas no meu consultório, então eu as lavava com carinho, deixava elas cheirosas e limpinhas e as entregava para os pais. E na seguinte sessão elas voltavam outra vez sujas.” Muitos profissionais me expressam a mesma frustração.
Por essa razão, penso que a ação mais importante é envolver os pais na terapia, e ensiná-los a lidar com as suas próprias emoções e também as emoções da criança. Do contrário, toda intervenção psicológica será em vão. Muitas alunas psicólogas me disseram que é difícil trabalhar com terapia infantil, porque os pais não estão dispostos a participar do processo, esperam que elas em uma ou duas sessões semanais “resolvam o problema”, no entanto é difícil efetuar um trabalho consistente quando a criança regressa a casa e os pais não ajudam no processo, porque não estão preparados e não querem preparar-se. Nesse caso, SUGIRO UTILIZAR CONTOS COM OS PAIS, para que eles identifiquem a sua necessidade de participar da terapia.
CONTO: RONALDO SOU EU
“Era um lindo dia e um jovem pai passeava no parque, empurrando o carrinho onde o seu filho chorava.
Enquanto o homem caminhava pelo parque, ia murmurando baixinho e suavemente:
_ Tranquilo, Ronaldo. Mantém a calma, Ronaldo. Tudo está bem! Relaxe-se, Ronaldo. Tudo irá bem, você verá.
Uma mulher que também passeava pelo parque, escutando as palavra daquele pai, lhe disse:
_ Você realmente sabe como falar com uma criança… com calma e suavemente. É admirável!!!
A mulher se inclinou sobre a criança que estava no carrinho e disse com ternura:
_ Qual é o problema, Ronaldo?
Então o pai disse rapidamente:
_ Oh, não senhora… ele é Enrique. Ronaldo sou eu!”
Vem comigo!!! Vamos fazer um TOUR pelo “mundo mágico-simbólico”, visitaremos lugares incríveis: contos, lendas, mitos; veremos o seu simbolismo, conheceremos os arquétipos do inconsciente coletivo e como eles se manifestam nas nossas vidas.
Estudaremos a Jornada do Herói de Joseph Campbell e aprenderemos como podemos aplicar este conhecimento à vida prática (à nossa, dos nossos pacientes, clientes etc).
Você coach, psicólogo, professor, contador de histórias etc, que fez ou está fazendo o curso de Contoexpressão: Educação Emocional e terapia por meio de contos, está convidado para participar desta aula GRATUITA e EXCLUSIVA.
Vagas limitadas. VIDEO-AULA POR ZOOM Sábado dia 06 de Junho às 10h30 (hora de Brasília)
Inscreva-se Por privado ou claudinebernardes@acaixadeimaginacao.com whatsapp +34680880740
Achou interessante e quer participar? Essa aula é exclusiva para alunos e ex-alunos, porém você pode participar, basta se inscrever no nosso curso de Contoexpressão. Deixo aqui o link do curso Sempre temos ofertas, me escreva e posso fazer um oferta especial para você. Além disso poderá pagar o curso em até 12 parcelas através de PagSeguro. Ficou com dúvidas, me escreva:
Não percam!!!! Nessa quinta-feira, 09 de Janeiro, às 16h (hora de Brasilia) estarei com a Professora Valdirene Carvalho falando sobre esse tema tão lindo: Contos para Adolescentes. Nos adentraremos na Oficina de Contoexpressão: Meu Mundo Interior, criada por Valdirene e que faz parte do livro Contos que Curam. Vocês poderão tirar suas dúvidas e fazer-nos muitas perguntas.
Para assistir basta me seguir através do meu Instagram @claudinebernardeseditora 😉
QUER APRENDER MAIS SOBRE COMO UTILIZAR OS CONTOS NA EDUCAÇÃO EMOCIONAL E NA TERAPIA?
Foto: Oficina de Contoexpressão realizada por Claudine Bernardes. Autoestima.
Todos já escutamos a frase de que “cada pessoa é um ser único e irrepetível”, porém sentir-se assim as vezes não é tão fácil. Quando ocorrem situações que atacam a nossa auto-estima, começamos a ter uma visão distorcida de nós mesmos. Então devemos aprender a reconhecer a nossa essência, aprender a amar-nos, respeitar-nos, e aceitar o que somos, para potenciar o que podemos chegar a ser.
Desenvolver uma autoestima equilibrada é algo que deve ser feito em todas as fases da vida, tanto com crianças, como adolescentes, adultos e também com idosos. Porém, como fazê-lo? Eu o faço através de uma oficina de contoexpressão.
O que é a Contoexpressão?
A contoexpressão é a arte de compartilhar e despertar conhecimento, de forma sensorial através de contos. Se trata de uma técnica arteterapêutica e psicoexpressiva, que busca potenciar os conhecimentos simbólicos, através de quatro ferramentas que utilizadas da forma adequada podem produzir grandes resultados:
Conexão Emocional;
Metáforas;
Método socrático;
Atividade didática.
O resultado do uso desta técnica é um despertar da consciência, de forma cognitiva que culminará em uma mudança de atitude e conduta.
Há una frase que guarda a essência do que é a contoexpressão:
Oficina de Autoestima: O que te faz único é…
“Numa pequena aldeia situada em pleno deserto, vivia um homem que cada manhã buscava água numa fonte que estava a alguns kilómetros de distância da sua casa. Colocava dois grandes cântaros nos extremos de uma grossa barra de madeira e apoiava esta sobre os seus hombros. E assim, com alegria no corpo e um sorriso na alma, empreendia o seu caminho, que sempre era o mesmo.
Depois de caminhar por uma hora, chegava na fonte e se sentava para descansar, depois enchia os cântaros e empreendia o seu regresso a casa.
Ambos cântaros eram parecidos, com apenas uma pequena diferença. Um deles cumpria perfeitamente a sua função, pois mantinha toda a água intacta durante todo o trajeto. Porém o outro, devido a uma pequena “ferida” em um dos lados, goteava água durante todo o caminho, e ao chegar na aldeia a água já estava pela metade.
Este último cântaro, conforme passavam os dias, se sentia cada vez mais triste, pois sabia que não estava cumprindo com a sua missão. Porém, não entendia porque o seu dono não o arrumava, ou simplemente substituia por outro que estivesse novo e sem buracos. Passaram dias, semanas e meses e este cântaro vez se sentia menos útil e mais triste…
Um dia, simplesmente não pode mais suportar aquela situação, e quando o aguador o tinha em sua mãos, lhe disse:
_Me sinto culpado por fazer-te perder tempo e esforço. Te peço que me abandones e consigas outro cântaro novo, que seja capaz de servir-te como deve ser.
_Não entendo porque estás dizendo isso! – disse o aguador – Por quê pensas que já não eres útil?
_É obvio que não sou útil! Estou quebrado e perco metade de água pelo caminho. Não sou a ajuda que necessitas!
O aguador abraçou o cântaro e disse:
_Não eres melhor nem pior, simplesmente eres diferente e justamente por isso te necessito. – O cântaro não entendia o porquê daquelas palavras, então o aguador continuou. _Olha! Vamos fazer uma coisa, durante o caminho de volta observe bem em que lado do caminho crescem as flores.”
Através de histórias como esta, das metáforas contidas nela e de atividades diversas realizo uma oficina de autoestima, para que os participantes possam compreender e despertar neles uma mensagem que já possuem: Que são pessoas únicas e irrepetíveis!
Se trata de uma oficina de aproximadamente hora e meia de duração, cheia de atividades, contos, perguntas e respostas interiores que despertam o amor próprio. Agora vou mostrar para vocês algumas fotos da oficina que fiz com um grupo de adolescentes. O resultado foi maravilhoso!!! Eles se sentiam motivados, amados e respeitados! Cada pessoa pode compreender que a sua vida tem um propósito porém é importante conhecer-se para descobrir este propósito. Também compreenderam que recebemos diariamente mensagens externas (algumas boas, outras não) e que devemos escolher aquelas que devemos deixar entrar na nossa vida e fazer parte de nós.
Utilizei com o grupo uma metáfora viva, através de uma atividade criada por mim chamada “a caixa da autoestima”, onde os participante compreendem que são recipientes, como uma caixa que durante a vida vai recebendo e compartilhando mensagens. Oficinas de vivência como esta são instrumentos idôneos para produzir conhecimento de forma respeitosa, e o resultado é muito positivo.
Deixo algumas fotos para que possas ver um pouco do que é este trabalho:
Objetivo: Fomentar o amor próprio, uma autoestima equilibrada e dotar de ferramentas que ajudem em momentos críticos.
Público: Crianças (7-12 anos), adolescentes, adultos, idosos, grupo de toxicômanos, associação de pais, trabalhadores de empresas etc. Essa oficina possui uma versão familiar, para pais e filhos.
Tempo de duração: 1h ou 2h (Em função do público ao qual vai dirigido)
Gostou? Quer aprender a técnica de contoexpressão? Quer esta oficina para desenvolver com grupos?
Venha participar dos cursos que estarei ministrando durante os meses de julho e agosto em várias cidades do Brasil (lembre-se que vivo na Espanha). Entre aqui para ver mais sobre este curso.
O curso estará dividido em duas partes:
1. Presencial: Os participantes experimentarão o Método desenvolvido pela palestrante e conhecerão as suas bases teóricas, tudo de forma prática e sensorial.
2. Online: Material teórico sobre os temas estudados na parte presencial, que se realizará através da plataforma online de EPsiHum (Escuela Psicoexpresiva Humanista) com sede em Valência, Espanha. Exame final: desenvolver uma oficina de resiliência. Certificado expedido por EPsiHum:http://cursos.institutoiase.com
PRESENTES DE FIM DE CURSO: 1. Oficina de autoestima para desenvolver em grupos (crianças, adolescentes e adultos). 2. Sessão individual com Claudine Bernardes (videochat) para enfocar a técnica à atividade desenvolvida pelo participante do curso.
PÚBLICO: Psicólogos, psicopedagogos, pedagogos, professores, arteterapeutas, coach, pais de crianças com TDAH, escritores de contos e demais interessados.
Por favor, compartilhe este material nas suas redes sociais (facebook, instagram, twiter etc) e com os seus contatos.
Se tiveres alguma dúvida, basta preencher o formulário abaixo.
Quando comento com alguém que sou facilitadora de Educação Emocional através de Contos, a grande maioria das pessoas pensam que trabalho exclusivamente com crianças. Na verdade isto está completamente longe da realidade. Por incrível que pareça a grande maioria de oficinas que realizo estão dirigidas a adolescentes, jovens e adultos. Uma das oficinas que mais gosto de fazer, é a Contos e metáforas para empoderar as famílias, onde ensino aos pais a utilizar as ferramentas da contoexpressão para comunicar-se com os seus filhos, as quais são:
Conexão emocional;
Método socrático;
Metáforas;
Atividade didática.
Porém, o que realmente faço nesta oficina, é que os pais, ao tempo que experimentam e vivenciam a técnica da contoexpressão, para ver o real efeito desta, compreendam que eles são grandes agentes de mudança. Através de contos e da técnica que desenvolvi, desperto nos pais a conhecimento de que se eles desejam que haja mudança nos seus filhos, que aprendam e sejam responsáveis socialmente, a grande mudança deve começar na sua própria vida.
“Seja você a mudança que deseja ver nos outros.”
As crianças aprendem por mimese, ou seja, imitação. Elas brincam de imitar a vida dos adultos, somos o modelo a seguir, o padrão que forjará as condutas presentes e futuras das crianças que nos rodeiam. Uma das frases que sempre utilizo nas oficinas é: “Ninguém pode dar o que não tem”. Durante a oficina, faço com que os pais vejam que eles herdaram condutas dos seus pais (positivas e negativas) e agora os seus filhos estão começando a repetir estas condutas, e por fim elas se enraizarão nas suas vidas. Nos últimos tempos estamos escutando falar muito sobre educação emocional, e queremos que os nossos filhos façam atividades para melhorar a sua capacidade emociona. E que acontece com os adultos? Por que não fazemos cursos para melhorar nossas capacidades emocionais? Os pais somos guias, porém como vamos guiar se desconhecemos o caminho?
Todos os dias recebo mensagens de inúmeros profissionais que na sua maioria, trabalham com crianças: Psicólogos, psicopedagogos, professores, terapeutas em geral. Se você que me está lendo é um desses profissionais, lhe peço que não esqueça de trabalhar também com os pais, tanto de forma grupal, como de maneira individual. Necessitamos ajudar a desenvolver a inteligência emocional daqueles que serão o modelo a seguir das crianças.
Agora deixo esta pequena metáfora para que você possa meditar no que desejo realmente ensinar:
Mais que palavras.
Conta-se que uma mãe levou seu filho de seis anos na casa de Mahatma Gandhi. Chegando lá ela implorou a ele:
_Por favor, Mahatma, diga para o meu filho não comer mais açúcar, ele é diabético e arrisca sua vida fazendo isso. Ele não me escuta mais, sou sua mãe e estou sofrendo muito, não desejo perdê-lo.
Gandhi pensou e logo disse:
_Sinto muito, senhora. Agora eu não posso fazer isso. Traga o seu filho dentro de quinze dias.
Surpreendida, a mulher agradeceu e prometeu fazer o que ele havia pedido. Quinze dias depois, ela retornou com o seu filho. Gandhi olhou o menino nos olhos e disse:
_Menino, pare de comer açúcar.
Grata, porém surpresa, a mãe perguntou:
Por que você me pediu para trazê-lo duas semanas depois? Poderia ter dito a mesma coisa na primeira vez que estive aqui.
Gandhi respondeu:
_Quinze dias atrás, eu comia açúcar.
Se deseja saber mais sobre o processo de aprendizagem através de mimese, deixo esses dois artigo que parecem relevantes:
Ontem recebi mensagens de duas professoras que me motivaram a compartilhar com vocês esta história. Uma delas, é professora aposentada, que aos seus 73 anos ainda dedica o seu amor e sua energia a ajudar a crianças e adolescentes. Geralmente compartilho histórias com atividades para que professores, psicólogos e psicopedagogos, trabalhem com terceiros, mas hoje este conto é para você que passa pela vida de crianças e adolescentes. Peço que leias este texto e que compartilhes com outros, para que sintam o desejo de ajudar a tantas crianças e adolescentes que se sentem perdidos, desanimados, com medo (ainda que expressem através da raiva) e solitários. Nas tuas mãos está o poder de ajudar e produzir mudanças.
O Perfume da Professora
“No primeiro dia de aula, a professora, Sra. Tomasa, disse a seus alunos da quinta série que ela sempre tratava todos igualmente, que não tinha preferências, nem maltratava ou desprezava ninguém. Logo ele entendeu como seria difícil cumprir suas palavras. Pensou que teve alunos difíceis, mas ninguém como Pedrinho. Ele sempre ia para a escola sujo, não fazia lição de casa, passava todo o meu tempo incomodando ou cochilando, era uma verdadeira dor de cabeça. Um dia ela não aguentou mais e foi falar com a diretora.
Eu não sou professora para apoiar a impertinência de uma criança mimada. Recuso-me a aceitá-lo por mais tempo na minha sala. São quase as férias de Natal, espero não o ver quando voltarmos em janeiro.
A diretora ouviu atentamente e, sem dizer nada, revisou os arquivos e colocou o livro de vida de Pedrinho nas mãos de Dona Tomasa. A professora começou a ler por dever, sem convicção. No entanto, a leitura começou a tocar o seu coração:
A professora da primeira série escreveu: “Pedrinho é uma criança muito inteligente e amigável. Ele sempre tem um sorriso nos lábios e todo mundo o ama muito. Ele entrega seu trabalho na hora certa, ele é muito inteligente e aplicado. É um prazer tê-lo na minha turma.” O professor da segunda série: “Pedrinho é um aluno exemplar com seus colegas. Mas ultimamente está triste porque sua mãe sofre de uma doença incurável” A professora da terceira série: “A morte de sua mãe foi um golpe insuportável. Ele perdeu o interesse em tudo e passa o tempo chorando. Seu pai não tenta ajudá-lo e e parece muito violento. Eu acho que ele bate no menino.” O professor da quarta série: “O Pedrinho não demonstra nenhum interesse pela aula. Ele é muito fechado e quando tento ajudá-lo perguntando o que está acontecendo, ele simplesmente não responde. Não tem amigos e está cada vez mais isolado e triste”
Por ser o último dia de aula antes do Natal, todos os alunos trouxeram Dona Tomasa alguns belos presentes embrulhados em papéis finos e coloridos. Pedrinho também trouxe o seu próprio embrulhado em um saco de papel. Dona Tomasa estava abrindo os presentes de seus alunos e, quando mostrou os de Pedrinho, todos os companheiros riram quando viram seu conteúdo: uma velha pulseira com algumas pedras e um perfume quase vazio. Para que os alunos deixassem de rir, Dona Tomasa colocou a pulseira com prazer e algumas gotas de perfume em cada um dos pulsos. Naquele dia, Pedrinho esperou que todos os seus colegas saíssem, e disse à sua professora: “Dona Tomasa, hoje você tem o cheiro da minha mãe”
Naquela tarde, sozinha em sua casa, Dona Tomasa chorou por muito tempo. Ela decidiu que a partir de então, não só ensinaria seus alunos a ler, escrever, matemática … mas acima de tudo, que os amaria e educaria seus corações. Quando voltaram para a aula em janeiro, Dona Tomasa chegou com a pulseira da mãe de Pedrinho e com algumas gotas de perfume. O sorriso de Pedrinho foi uma declaração de gratidão afetuosa. A professora semeou tempo e amor sobre a vida daquele menino, e os frutos logo começaram a ver-se através de uma grande mudança no comportamento de Pedrinho. Pouco a pouco, ele voltou a ser o aluno aplicado e trabalhador que era nos seus primeiros anos de escola. No final do ano, Dona Tomasa achou difícil cumprir suas palavras que, para ela, todos os alunos eram iguais, porque sentia uma predileção óbvia por Pedrinho.
Os anos se passaram. Pedrinho terminou o colégio e seguiu seus estudos na universitários e acabou perdendo o contato com Dona Tomasa. Um dia, ela recebeu uma carta do Dr. Pedro Altamira, informando-o de que completara com sucesso seus estudos médicos e que estava prestes a casar-se com uma garota que conhecera na universidade. Na carta ele a convidou para o casamento e implorou que ela fosse sua madrinha de casamento.
No dia do casamento, Dona Tomasa colocou a pulseira sem pedras e o perfume da mãe de Pedrinho. Quando se encontraram, abraçaram-se com muita força e o Dr. Altamira disse em seu ouvido: “Eu devo tudo a você, Dona Tomasa”. Ela, com lágrimas nos olhos, respondeu: “Não, Pedrinho, foi você quem me salvou e me ensinou a lição mais importante da vida: você me ensinou o que realmente é ser professora “.
Lembre-se, do que disse Paulo Freire: “
Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. (…) Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita.
Hoje resolvi falar sobre um tema que começou a surgir nas oficinas para pais e mães que realizo: COMUNICAÇÃO.
Como todos os dias a mãe ou o pai vai buscar a criança no colégio, e enquanto caminha ou conduz, começa a bombardear o filho de perguntas, e a conversa segue mais ou menos esse roteiro:
_Como foi o colégio hoje?
_ Bem.
_ Uhum… só bem
_ Uhum.
_ Você se comportou bem?
_ Sim.
_ Alguém encrencou com você?
_ Não.
_ Estudou tudo direitinho?
_ Sim.
Como o meu livro “Carlota não quer falar” trata de ajudar a manter uma comunicação com a criança, para que ela aprenda e expressar os seus sentimentos, durante as oficinas que realizo, muitos pais expressam sua frustração dizendo-me que os filhos não contam nada sobre o que fazem no colégio, como se sentem etc. Então lhes digo que repitam-me as perguntas que fazem, e me deparo com perguntas como as que escrevi acima.
É verdade que muitas crianças e adolescentes tem dificuldades em expressar o que sentem, o abrir-se para os pais. Porém, realmente acredito que se trata mais de um problema de comunicação.
“Os pais estão fazendo as perguntas de forma equivocada.”
Isso mesmo! Se você quer que a criança responda com monossílabas, como no exemplo, continue fazendo as mesmas perguntas, mas se você quer realmente manter uma conversa ampla e conhecer o mundo em que vive o seu filho quando não está de baixo do seu olhar, então preste atenção no que vou dizer.
Existem perguntas fechadas e abertas. As perguntas fechadas são aquelas em que a pessoa não necessita pensar muito na resposta, é só dizer: Sim, não, bem, mal, claro. São úteis para quando se deseja obter uma informação concisa e específica, porém não nos ajudam a conhecer os detalhes, ou conhecer melhor o nosso interlocutor.
As perguntas abertas são aquelas que necessitam de reflexão. Ou seja, o nosso interlocutor deve pensar mais para responder, as respostas são mais extensas e nos ajudam a conhecer melhor as circunstâncias, os motivos e as características do nosso interlocutor. Algumas características das perguntas abertas são:
Elas exigem que a pessoa pare, pense e reflita.
As respostas não são fatos, mas sentimentos, opiniões ou ideias pessoais sobre um assunto.
Quando são usadas perguntas abertas, o controle é transferido para a pessoa que deve responder a pergunta, que inicia uma troca com a pessoa que perguntou. Se o controle da conversa continua com a pessoa que faz as perguntas, significa que você está fazendo perguntas fechadas. Essa técnica faz a conversa parecer-se mais com uma entrevista ou um interrogatório.
Evite perguntas com as seguintes características: as respostas fornecem fatos; as perguntas são fáceis de responder; as respostas são dadas com rapidez e exigem pouca ou nenhuma reflexão.
Agora deixarei uma série de perguntas que você pode fazer à crianças para descobrir situações específicas, e conhecer melhor o seu mundo interior, e o meio onde ela se move. São perguntas par iniciar uma conversa, e a partir dela a criança também pode fazer as suas próprias perguntas:
Qual foi a melhor coisa que te passou hoje no colégio?
Qual foi a pior coisa que te passou hoje no colégio?
Conta-me algo que te fez rir hoje.
Se pudesses escolher um coleguinha para sentar ao teu lado na sala, quem você escolheria? (Quem você não escolheria?)
Qual é o melhor lugar da escola?
Diga uma palavra estranha que tenhas escutado hoje; ou algo estranho que alguém disse.
Se eu chamasse hoje a professora, o que achas ela diria de ti?
Ajudastes a alguém hoje no colégio? Quem? Como?
O que te fez mais feliz hoje?
O que te fez sentir tédio hoje?
Se um disco voador chegasse na teu colégio e levasse a alguém com eles, quem querias que fosse?
Quem é a pessoa que gostarias de brincar no recreio que nunca ou poucas vezes tenhas brincado?
Quem é a pessoa mais divertida da sala de aula? Por que é tão divertida?
Se amanhã fosses tu o professor, o que farias?
Tem alguém na tua sala que necessita relaxar-se mais?
De cada uma dessas perguntas pode surgir uma conversa muito interessante. Talvez no princípio parece algo estranho, mas depois de um tempo em que mantenhas esse tipo de conversa aberta, a criança se acostumará e desejará que chegue o momento de compartilhar com você um pouco do seu dia. Não utilize estas perguntas como se você um questionário, fazendo muitas uma atrás da outra. Deixe que seja algo natural, faça uma pergunta e permita que a conversa flua a partir daí. Proponho à criança que ela também faça alguma pergunta para você.
O post de hoje foi um pouco diferente, não acha? Penso que saber comunicar-se com as crianças é essencial e melhora as nossas capacidades emocionais, por isso pensei que fosse um tema interessante para compartilhar. O que achou das perguntas? Quais perguntas você faria?
Por favor, compartilhe este post nas suas redes sociais, tenho certeza que poderá ser de ajuda a muita gente. Obrigada por passar pela minha “Caixa de Imaginação” e até breve.
Oi, tudo bem? Em primeiro lugar quero agradecer a todos vocês que me escrevem. Recebo vários e-mails todos os dias expressando gratidão pelo material que compartilho aqui no blog, e isso me motiva a seguir com o meu trabalho.
Sei que há muitos pais, psicólogos, psicopedagogos e professores que me seguem, por isso trouxe hoje para vocês esse lindo Conto Infantil escrito por Emilia Nuñez, escritora brasileira de contos infantis, também conhecida em Instagram como @maequele (conheça aqui o seu site)
Esse lindo livro, que venho acompanhando desde a fase de criação, é um ótimo recurso para trabalhar as habilidades sociais com as crianças, e porque não com os pais. Então, você conhece alguma crianças que está passando por esta fase?
A Jacarezinha que mordia
“A Jacarezinha que mordia” conta a história de Jaquinha, uma linda jacarezinha risonha, que apesar de receber muito carinho de Dona Jaca, sua mãe, tem o mau hábito de morder a todos que encontra pelo caminho. Os animais da floresta, cansados de receber tantas mordidas, se apresentam diante da sua mãe pedindo que esta dê fim a este problema que está alterando o convivio social na floresta. Claro que D. Jaca, toda envergonhada, tenta resolver o problema, e se empenha no assunto: amarra a boca da filha, resgata a chupeta, mas não tem jeito. Um dia chega um aluno novo na sala da Jaquinha, ele dá um lindo beijo na professora e esta fica muito feliz. Puxa! Aquilo muda o mundo da pequena jacarezinha, que observa como as pessoas ficam felizes ao receber um beijo (totalmente o contrário de quando são mordidas).
Emilia nos conta um pouco sobre o Processo Criativo de “A Jacarezinho que mordia”:
Este é um livro feito pensando em uma fase muito específica que algumas crianças passam que é a fase “Mordedora”. Tenho uma Jaquinha em casa e quando uma mãe me pediu um livro sobre o tema e não encontrei nas livrarias, logo veio a inspiração!
Como você pode ver é uma história muito útil e meiga, e além disso as ilustrações são maravilhosas. De verdade que fiquei encanta, porque expressam exatamente a essência da mensagem do livro. O ilustrador cuidou de cada detalhe, e isso é muito importante, para que além do texto, a criança que ainda não lê possa interiorizar o conteúdo da mensagem através do que vê. Heitor Neto foi o ilustrador responsável por esses lindos desenhos, você pode segui-lo no instagram em @heitornetos ou na seu site.
Sabemos que é normal a criança entre 1 e 3 anos passar pela fase de morder.
No início da vida, a boca é a parte mais sensorial do corpo humano e, por meio dela, o indivíduo descobre o mundo e expressa suas emoções. Quando uma criança morde um adulto ou outra criança, provavelmente está querendo demonstrar afeto, resposta a uma frustração, curiosidade ou, ainda, o incômodo do nascimento dos dentes. No período entre um e três anos morder é comum – e normal. Algumas crianças o fazem mais que outras, porque é dessa forma que se comunicam. (Fundação Maria Cecilia)
Porém há crianças que depois desse período ainda recorrem a esta conduta, o que gera grandes constrangimentos para os pais. Nenhum pai gosta de pegar seu filho no jardim ou colégio e ver nele uma marca de mordida. Também posso te garantir que nenhum pai gosta de receber da professora, a constrangedora notícia de que seu filho está mordendo os coleguinhas. Bater, puxar o cabelo, arranhar, são todas condutas imediatistas que as crianças recorrem como forma de expressar sua frustração, raiva, descontento. Os adultos também fazemos isso, ainda que a nossa maneira de ataque é outra. As crianças podem ferir o corpo, mas nos ferimos o coração do outro. Exemplo: quando somos criticados tendemos à atacar a outra pessoa apontado os defeitos dela. As crianças que sofrem de TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), principalmente aquelas sofrem de impulsividade, como o caso do meu filho, costumam recorrer a esse tipo de conduta de forma mais habitual. Eu sinceramente creio que trabalhar a empatia da criança poderá ajudá-la a superar essa fase e conseguir controlar seus instintos.
A minha proposta de atividades vale tanto para narração grupal, quanto individual. Não importa se você é pai, professor, psicólogo, somente adapte a proposta à sua situação especifica, já que farei um série de sugestões. Vamos lá!
1. Contação/Narração
Interpretando a ilustração: Se você vai utilizar o conto com crianças de forma individual, ou poucas crianças (como umas cinco no máximo) e se elas ainda não sabem ler, minha primeira proposta, é que antes de ler a história para elas, peça que observem a ilustração e expliquem o que acham que está acontecendo na historia. É uma boa forma de interiorizar as metáforas ilustradas.
Conte a historia de forma divertida, seja criativo. Seria legal utilizar um fantoche para contar a história.
2. Vamos desenhar
Esse recurso tão simples também é muito importante para observar a compreensão que a criança teve da história. Peça para ela fazer um desenho da parte que mais gostou da historia e da parte que menos gostou.
3. Teatro
Uma forma de trabalhar a compreensão da história e trabalhar a empatia com as crianças é fazer um teatro com elas, com base no conto. Faça com que alguns participem do teatro, enquanto outros ficam de plateia, e depois os que ficaram de plateia serão os atores. Assim todos podem ver desde duas perspectivas: dentro da história e fora da história.
4. Análise das ilustrações
Não sei se sabes, mas num álbum ilustrado a ilustração tem o mesmo peso que o texto. Ou seja, ilustração e texto se completam para passar uma mensagem. Por isso que disse anteriormente que gostei muito da ilustração de Heitor Neto, porque completou perfeitamente a história escrita por Emilia Nuñez. Tanto é assim, que ele introduziu uma metáfora muito interessante que enriqueceu a história: O PORCO ESPINHO.
Veja bem! Por que o Porco Espinho é o único que não está nem aí para o problema? É que com ele a Jaquinha não se mete. Por que?
Além disso, analise com as crianças as expressões faciais dos personagens em cada parte da historia. Como eles se sentem? Que estarão pensando? Gestos de medo, reprovação, raiva, tristeza, desespero, indiferença. Quantos sentimentos!
5. Trabalhos Manuais:
Que te parece se fazemos uma Jaquinha de rolos de papel higiênico com as crianças? Deixo essa proposta que encontrei em no site de Papelísimo. Está em castellano, porém o vídeo de explicação se entende perfeitamente. Está muito fácil. E para que fique igual a Jaquinha é só colocar uma um laço de fita rosa na cabeça. As crianças vão amar.
Preparei uma ficha de leitura para trabalhar os sentimentos vividos pelos personagens da historia. Você pode baixar e utilizar livremente 😉
Para terminar, gostaria de dizer que me senti muito identificada com a Dona Jaca. Muitas vezes passei por situações parecidas e sei que não é fácil. Nesses momentos devemos olhar a situação desde a perspectiva do amor. Como pais, professores, psicólogos, somos semeadores de amor, carinho e bons valores. Se não desistimos essa sementinha um dia brotará. Nunca desista de amar, porque o amor é dádiva.
Se gostou dessa historia, talvez também estejas buscando algum livro para trabalhar a educação emocional com o seu filho ou aluno. Te recomendo dar uma olhada no meu livro “Carlota não quer falar”, utilizado por muitos pais, professores, psicólogos e psicopedagogos de muitos lugares do mundo, para trabalhar as capacidades emocionais das crianças. Além do livro, distribuo gratuitamente o Projeto de Educação Emocional com Carlota. Entra nesse link para saber mais.
Sejamos sinceros, quem gosta de levar sermão? Ninguém! Essa é uma verdade universal. Realmente só valorizamos os sermões que recebemos dos nossos pais ou professores, quando já temos idade suficiente para dar sermões também. Ou seja, quando já não nos serve. Ou quando somos pais, e então como é a nossa vez de dar sermões, dizemos aquela conhecida frase: _ Escuta o que eu estou dizendo, se eu tivesse escutado os meus pais quando eles tentavam ensinar-me, talvez as coisas tivessem ido melhor para mim.
A verdade é que um sermão geralmente entra por um olvido e sai pelo outro. Agora eu vou compartilhar com você o segredo para ser escutado pela sua criança ou adolescente:
Conte histórias
Vou contar-lhe uma história real que fez com que um rei percebesse o seu erro:
Era uma vez um país que estava em guerra. O rei que geralmente acompanhava os seus soldados à guerra, dessa vez resolveu ficar na tranquilidade do seu palácio. Num final de tarde, o rei saiu a passear no terraço do palácio, e desde lá viu a uma bela mulher. Mesmo sabendo que se tratava de um mulher que estava casada com um de seus soldados, ele resolveu tomá-la para si. Como a mulher engravidou, para encobrir o seu erro e ter via livre, o rei ordenou que colocassem dela na primeira fila de batalha; ou seja, o sentenciou à morte. Obviamente o marido morreu, e o rei se casou com a mulher.
O sacerdote vendo aquela injustiça e sabendo que Deus não se agradava daquela situação, resolveu apresentar-se diante do rei, para fazer-lhe perceber o seu erro. Era uma situação muito perigosa para o sacerdote, porque o rei, para encobrir o seu erro poderia mandar matá-lo também. Por essa razão, ele buscou uma forma de alcançar o coração do rei, apresentado-se diante dele e contando-lhe uma história: “Havia dois homens numa cidade, um deles era muito rico e outro pobre. O homem rico tinha muitas ovelhas e vacas, mas o pobre só tinha uma ovelhinha, a qual amava muito. Um dia o homem rico recebeu visitas, e como tinha que mandar preparar um banquete para os seus visitantes, resolveu que não queria gastar nenhum de seus inúmeros animais. Por isso, utilizando o poder que o dinheiro lhe conferia, mandou buscar a única ovelhinha do homem pobre para servi-la aos seus visitantes.”
Depois de escutar essa historia, o rei ficou muito furioso, e queria que o sacerdote lhe contasse o nome desse malvado homem rico, para que pudesse castigá-lo como era devido. Foi então que o sacerdote lhe disse: _Rei, este homem és tu.
Essas palavras atingiram o coração do rei como uma flecha, e ele pode ver o seu grande erro desde uma nova perspectiva.
Essa é uma história real que está registrada no livro de II Samuel, capítulos 11 e 12, da Bíblia. O rei da nossa história era Davi e o sacerdote se chamava Natã. Resolvi omitir que se tratava de uma história Bíblica pela mesma razão que Natã omitiu o nome do homem rico, as vezes deixamos que um pré-julgamento, ou que o crivo da razão, impeça que aprendamos, que vejamos a verdade que está além das nossos preconceitos.
Por que os sermões não são “escutados”?
É simples, a nossa mente é seletiva e conservará aquilo que a emocione mais. Os sermões costumam ser uma serie de blá-blá-blá, uma ladainha, cuja forma não é para nada emocionante. Penso que a nossa mente já está geneticamente programada para ignorar os sermões desprovistos de entrega.
Um exemplo prático: Meu filho e seu melhor amigo estavam brincando aqui em casa. Eles acabaram brigando e não havia maneira de arrumar a situação porque meu filho culpava o amiguinho de estragar as coisas dele. Tentei conversar com ambos, mediar, explicar de muitas maneiras, principalmente ao meu filho, que ele poderia montar outra vez o brinquedo, mas ele disse que não era possível, havia muito para montar e que ele já não lembrava como montar igual e ele queria que fosse igual. Foi então que lembrei de algo e falei assim para ele:
_ “Amor, a mamãe entende a sua frustração, também me passou algo parecido. Eu tinha um arquivo na minha tablet com um montão de ideias de textos que queria escrever. Havia feito muitas anotações de contos e historias que deixei para terminar quando tivesse mais tempo. Porém, um dia, um menino que amo muito, pegou a minha tablet e borrou todos os textos. Eu fiquei muito triste. Me senti muito frustrada porque havia muitas ideias que já nem lembrava mais. Porém, era algo que já não havia remédio, assim que aceitei a situação e voltei a escrever outros textos. E muitas outras ideias surgiram, quando aceitei isso.”
Ele sabia que eu estava falando dele, e também sabia que eu compreendia a sua frustração. Isso o fez mudar de atitude, ele já estava pronto para perdoar e voltar a brincar com o seu amigo.
Surpreenda o seu filho com uma história, algo que infunda esperança ao seu coração. Uma história bem escolhida pode servir de espelho para que ele se veja tal qual é. Porém, uma excelente história é aquela que además de mostrar a decadência humana, também mostra a sua redenção. Todos necessitamos de esperança para seguir adiante.
Os bons pais são uma enciclopédia com muita informação, os pais brilhantes são agradáveis contadores de histórias. São criativos, perspicazes, com a capacidade de encontrar belas lições de vida nas coisas mais simples. – Augusto Cury
Quando escrevi o meu livro “Carlota não quer falar”, imaginei que pudesse ser como uma ponte entre o mundo adulto e o mundo infantil. Uma oportunidade para que pais e filhos, professores e alunos, avós e netos compartilhassem as suas histórias. Levo dentro de mim uma contadora de histórias, e sei que todo ser humano é feito de história, não tenha medo de compartilhar as suas histórias com aqueles que você tanto ama.
Obrigada por passar pela minha Caixa de Imaginação. Deixe o seu comentário, será maravilhoso saber a sua opinião.