Ótimas Novidades: Parceria com EPsiHum, Mestrado Europeu em Educação Expressiva e viagem ao Brasil.

 

claudine bernardes e Marcelli Ferraz IASE EPsiHum 1
Claudine bernardes e Marcelli Ferraz – Psicoterapeuta, escritora e diretora de EPsiHUM IASE.

Oi! Tudo bem? Este blog tem crescido muito, e recebo diversas mensagens todos os dias, o que me deixa extremamente feliz. Como vocês já sabem, vivo na Espanha há 13 anos, sou Escritora e Especialista em Contos e Fábulas Terapêuticas. Além disso, realizo oficinas e formação em Educação Emocional através de Contos.

Constantemente recebo e-mails de professores, psicólogos, psicopedagogos e outras pessoas ligadas à área de educação  e saúde, que buscam informação e material que possam dar suporte ao seu trabalho.  Assim que para vocês, que buscam melhorar e capacitar-se, estou trazendo ótimas novidades. Vamos por partes:

  •  1. Viagem ao Brasil:

Estarei no Brasil durante dois meses, entre julho e setembro.  Durante este tempo estarei viajando por varios lugares realizando cursos e oficinas sobre Educação Emocional através de Contos. As oficinas estarão dirigidos tanto a adultos como crianças e adolescentes. Também estarei realizando formação específica para professores e outras pessoas que intervém na educação.  Logo estarei postando aqui no blog uma lista explicando cada curso e oficina que oferecerei. Se você conhece alguma entidade (associação, prefeitura, colégio, empresa etc) que deseja contratar essas formação, ou você quer fazer uma parceria para que realizamos um evento, é só escrever-me que envio toda informação.

  • 2. Parceria com EPsiHum

EPsiHum é a Escuela Psicoexpresiva Humanista do Instituto IASE, que tem a sua sede na cidade de Valência – Espanha. Eles realizam diversos cursos, especializações e mestrados na área de Terapias Psicoexpressivas. Admiro muito o trabalho deles e foi ali onde realizei a minha formação em Contos e Fábulas Terapêuticas. Pessoas de todo mundo realizam formação através de EPsiHum, por isso me sinto muito feliz em comunicar que já faço parte da equipe de professores desta entidade. Como professora de EPsiHum estarei colaborando na criação (juntamente com a Psicoterapeuta, escritora e diretora do IASE, Marcelli Ferraz) de um Mestrado online sobre Contos na Educação e na Terapia. Ainda não definimos a totalidade do temário, porém já estamos trabalhando, e logo estarei compartilhando com vocês mais informação. O Mestrado estará TOTALMENTE EM PORTUGUÊS, e poderá ser realizado desde qualquer país do mundo. Além disso, estarei colaborando em outros cursos como o Mestrado Europeu que explico abaixo.

  • 3 Mestrado Europeu em Educação Expressiva, Estimulação Multisensorial e Recursos Simbólicos.

    A EPsiHum realizará este Mestrado maravilhoso e super completo de forma Semipresencial, ou seja: Parte Presencial: Será realizada na Cidade de Valência/Espanha, durante 13 consecutivos (de 23 de Junho a 7 de Julho de 2018). Parte Online: Começará no dia 1 de junho de 2018 e terminará 30 de junho de 2019. Os alunos receberão o título de  “Especialistas em Intervenções Psicoeducativas, Socioculturais e Terapêuticas.” E é com muita alegria que comunico que faço parte da equipe de professores que estarão realizando as aulas presenciais.  

    Por que recomendo este mestrado?  

    1.  Estudei na EPsiHum e de muitas formas isso supôs um antes de depois na minha vida.

    2.  Você pode ter um diploma Europeu estudando em português. Isso ajuda muito, já que não é fácil estudar em outros idiomas. Digo isso por experiência própria, pois vim a Espanha fazer um Master em Direito Internacional, e durante as primeiras semanas terminava o dia com muita dor de cabeça, pelo esforço mental que supunha prestar atenção constante em outro idioma.

    3. Todos sabemos que ter um diploma internacional oferece um estatus profissional. Pessoalmente posso dizer que me está abrindo muitas portas, inclusive foi o que me ajudou a publicar o meu livro tanto no Brasil como em Portugal, depois de públicá-lo na Espanha (leia mais sobre o assunto).

    4.  Estudar e viajar a outro país é uma experiência enriquecedora. Você poderá fazer contato com profissionais de diversos lugares, conhecer outras culturas e compartilhar vivências.  Além disso poderá conhecer a belíssima Valência, uma cidade maravilhosa, durante o verão Europeu, e disfrutar do cálido Mar Mediterrâneo. 

    Bem, poderia dizer um montão de coisas mais, porém este post é só uma pequena introdução. Agora estou preparando informação mais completa sobre cada novidade. Porém, se desejas saber mais informação sobre o Mestrado Europeu vou deixar abaixo um pdf com toda informação. Você também pode entrar em contato diretamente com o  Instituto IASE (pode escrever-lhes em português). Abaixo também deixo um formulário de contato, por se você deseja conversar sobre o assunto, me perguntar alguma coisa, saber como é o custo de vida aqui na Espanha, etc. Qualquer coisa não duvide em escrever-me.

    Aqui está o PDF com toda informação  _MESTRADO EDUCADOR EXPRESSIVO , e algunas focinhos (mas informação aqui):

    Ficou com dúvida? Quer mais informação? 

     

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O amanhecer no Mediterrâneo

(Pinche para leer el texto en Español: Amanecer Mediterráneo)

 ver o nascer do sol

Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim

Acordei assustada e olhei no relógio. Oh, não! O despertador não soou e já era às 6:30 da manhã. Pulei da cama, tomei meu café correndo (porque antes disso não sou gente), me vesti, peguei a bicicleta do meu marido (que é mais rápida que a minha) e saí de casa como quem está dando a luz.

Ainda estava escuro, mas o caminho era longo e eu estava com os músculos frios. Havia duas opções: ir pelo caminho de sempre, que era todo por uma ciclovia e portanto muito mais seguro, principalmente naquela manhã escura; ou, ir pelo caminho rural, muito mais curto, no entanto sem acostamento. Escolhi a segunda opção! Acendi as luzes da bicicleta para evitar problemas e lá fui eu.

Pedalei o mais rápido que pude! Havia pouca gente no caminho, ciclista nenhum, a parte de mim. Comecei a perceber a silhueta rosada do horizonte, indicando que o sol já começaria a surgir e pedalei ainda mais rápido. Não queria perder o espetáculo do nascer do sol. A última vez que o havia contemplado fazia uns 15 anos, e fora no Atlântico (uma experiência inusitada, já os contarei). Seria a primeira vez que contemplaria o nascer do sol no Mediterrâneo, e não estava disposta a perder essa oportunidade. Apesar de pedalar o mais rápido que meu intumescido corpo permitia, o caminho se fez mais longo do que eu imaginava. Estava cansada, sem fôlego e desesperada por chegar.

E cheguei! Saltei da bicicleta correndo para pegar a câmera fotográfica e registrar os primeiros raios do sol… Nãooooooooo! Estava sem bateria! Assim que, iPad, somos só você e eu! Meu fiel companheiro, ainda que limitado era o único que me restava para registrar esse momento (como você deve ter notado tenho por regra utilizar imagens próprias). Bem, você julgará o resultado! Caminhei até o molhe e me sentei para esperar o sol que começava a surgir timidamente. Observei com entusiasmo a luz âmbar que começava surgir entre algumas nuvens pegadas ao horizonte, e senti que me saudava.

Como um noivo extasiado pela beleza da noiva que vai ao seu encontro, me sentei sobre as pedras e esperei que a cálida luz âmbar viesse ao meu encontro. Ela caminhou suavemente sobre as águas, crescendo e espalhando-se gradualmente sobre o Mediterrâneo. Não havia pressa! As poucas ondas dançavam douradas diante de mim, produzindo uma suave melodia. Finalmente senti a luz âmbar tocando minha pele, produzindo a união do homem com a luz. Foi um espetáculo incrível! Senti uma irreprimível vontade de agradecer a Deus e isso fiz. Minha oração matutina foi ali mesmo, sobre as pedras e olhando o mar iluminado pelos primeiros raios de sol. Obrigada, Deus!

nascer do sol espanha
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim.

Agora estou aqui, com uma pedra como cadeira e o mar como janela, tentando registrar em palavras essa experiência. No entanto, nenhuma palavra que exista no dicionário poderá conter os sentimentos que hoje experimentei. Gostaria que você soubesse que ver o nascer do sol com os próprios olhos é ainda mais espetacular. Não consigo descrevê-lo de modo que você possa realmente compreender a sua beleza, é algo para ser vivido. Meras fotos não podem conter tamanha beleza.

nascer do sol, praia espanha.
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim.

Isso me fez ver outra realidade. O amor de Deus, na pessoa de Jesus. Eu posso dizer o quanto é maravilhoso desfrutar do seu amor, posso tentar convencê-lo com todos os artifícios que eu conheça quanto a sua existência, no entanto, minhas palavras e minha vida jamais poderão conter a plenitude do que Ele é. É por isso que eu sempre digo, o cristianismo não é uma religião, porque o amor não pode ser descrito através de regras. Se trata de uma vivência, ou melhor, de uma CONvivência. De uma relação! De um: ver com os próprios olhos e sentir com o coração. Me chame de louca se quiser, mas não deixe a vida passar sem ver esse nascer do sol.

Salmos 19.1
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim.

Lembre-se que “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral. Será gratificante receber seus comentários e ideias.  Se gostou,  por favor, compartilhe! (Pinche para leer el texto en Español: Amanecer Mediterráneo)

Você vai deixar de seguir o caminho por que encontrou uma pedra?

(Para leer el texto en español pincha en: El camino y la piedra)

O caminho e a Pedra

 Foto de Arquivo: Claudine Bernardes Lugar: Desierto de ls Palmas, Castellón de la Plana

Foto de Arquivo: Claudine Bernardes
Lugar: Desierto de ls Palmas, Castellón de la Plana

No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma pedra.
(Carlos Drummond de Andrade)

            Drummond nos deixou bastante claro que no meio do seu caminho tinha uma pedra. Porque sempre há pedras no caminho, no meu, no teu, no vosso, sempre há pedras. 

           Outro dia enquanto pedalava encontrei uma pedra no meio do caminho. A resposta foi rápida, a escolha fácil: desviei da pedra. Há pedras que podem ser desviadas, porque o caminho é largo e bem asfaltado. Entretanto, há momentos em que o caminho é um verdadeiro pedregal, então qual é a opção? Desistir da caminhada e dar meia volta com o rabo entre as pernas? Sim, essa é uma opção. Quem nunca desistiu que atire a primeira pedra! Porém, não podemos viver constantemente dessa maneira, porque sempre haverá um caminho pedregoso para vencer, uma montanha para escalar, um rio para cruzar. 

          Quando entrarmos em caminhos pedregosos, lembremos que as pedras que não podem ser removidas ou desviadas, poderão ser escaladas, porque Deus nos criou com mãos e pernas para escalar. Também tenha em conta que estes caminhos pedregosos geralmente são os que nos conduzem aos lugares mais lindos. Quem como eu gosta de caminhar ou pedalar entre as montanhas, sabe que a subida é muito cansativa, cheia de pedras, buracos, encostas íngremes e escorregadias. Mas não deixamos de enfrentar esses árduos caminhos, porque é ali, entre pedras, espinhos e suor, onde nos sentimos mais perto do nosso Criador. 

Blog: A caixa de imaginação. Entrada: A pedra e o caminho. Foto de Arquivo: Claudine Bernardes lugar: Desierto de las Palmas
entrada: A pedra e o caminho.
Foto de Arquivo: Claudine Bernardes
lugar: Desierto de las Palmas

Seria ótimo receber a sua opinião ou sugestão. “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral, sinta-se a vontade para fazer parte do nosso blog. 

Te atreves a sair das 4 paredes?

(Para leer el texto en Español pincha en: ¿Te atreves a salir de las 4 paredes?)

caja de imaginación claudine bernardes
Fotografia Claudine Bernardes  – Desierto de las Palmas/Castellón.

Meu segundo lar

Meu coração batia a um ritmo acelerado, enquanto pensava: “Já não tenho idade para essas aventuras. Mas que besteira estou dizendo? Deve estar faltando oxigênio no meu cérebro.”
O caminho era íngreme, cheio de pedras e embora eu pedalasse com dificuldade, também o fazia com insistência. “Não penso desistir”. Logo cheguei no meu destino. A grande pedra ao lado  do caminho, rodeada de espinhos e com cheiro de orégano, era o meu lugar favorito para descansar. Sentei na superfície dura e fria, com o ar úmido que corria entre as montanhas e refrescava o meu corpo ainda quente em razão do esforço físico.
O canto dos pássaros era afogado pelo ruído produzido por uma máquina que perfurava as pedras, fazendo surcos e deixando cicatrizes naquele pedaço de paraíso. Meu pequeno paraíso, meu segundo lar. Não pensava assim quando olhei pela primeira vez aquelas montanhas. Pareciam tão áridas, pedregosas e secas… no entanto, já não sou a mesma. Meus olhos mudaram e meus sentimentos também.   Agora, essas montanhas fazem parte de mim.
Quando o dia parece cinza e triste, me basta  observá-las de longe, e um sorriso nasce no meu rosto.

Hoje te proponho algo novo, um desafio: Escrever fora das quatro paredes.

Tenho um processo criativo bastante desordenado, por isso escrevo muitas coisas ao mesmo tempo. Minhas idéias ou inspirações costumam surgir em qualquer lugar. Sempre digo que as palavras me perseguem. Quando surge alguma idéia, tenho que anotá-la em seguida (não quero que escape) Por isso, sempre levo comigo um caderno de notas. Só depois de ter pensado muito sobre o tema, e de que esteja bastante estruturado na minha cabeça, me sento para escrever.

Pois hoje, meu desafio foi levar a minha mesa de escritório para a rua (ou melhor, para a montanha). Trabalhei sentindo a fragrância do orégano e escutando o cântico dos pássaros (interrompida por momentos pelo ruído da perfuradora 🙂 )

Por que resolvi fazer isso?

Creio que sair das quatro paredes abre a nossa visão, nos permite ver tudo com mais amplidão. Se trata de escrever reagindo ao movimento do mundo que nos rodeia. Não estaremos somente descrevendo o que imaginamos. Escrevemos o que vemos, escutamos, sentimos, tocamos e cheiramos.

Aceitas entrar nessa viagem comigo?

O desafio que proponho é de que saias do teu lugar de conforto.  Que escrevas intercambiando o que sentes por dentro com o que recebas de fora, misturando tudo e gerando algo diferente.  Para isso deves experimentar os teus cinco sentidos e até um pouco do sexto.

Não importa sobre o que escrevas. Tudo o que escrevemos pode entrar nesse processo: poesia, contos, moda, crítica social, tudo é válido.

1. ESCUTA: escuta o que passa ao teu redor y descreva-lo.   O tom das palavras que revelam sentimentos, desejos ou guardam segredos. O ruído da rua, das pessoas caminhando, os falatórios etc.

2. OBSERVA:  as pessoas, como caminham, se movem ao falar e interagir com outros, como observam outras pessoas. Que captas delas? Como as les? Que estarão pensando? Quais sãos os seus medos, desejos, preocupações?

3. Cheira: todo lugar e toda pessoa tem um aroma próprio e peculiar. Sinta-lo, decifra-lo, tranforma-lo em palavras. .

4. TOCA: Sinta a textura dos objetos que estão ao teu redor, inclusive das pessoas (se podes, é claro, cuidado para que não pensem que és um (a) louco (a) heheheh).

5. SABOREIA: Que sabor tem esse momento?

6. UTILIZA O INSTINTO: O que sentes? O que imaginas que passará? Utiliza a imaginação.

 

Agora compartilho contigo algumas fotografias do meu segundo lar:

la caja de imaginación desierto de las palmas claudine bernardes

la caja de imaginación desierto de las palmas

Claudine Bernardes montanhas espanha
Fotografia e edição: Claudine Bernardes

Se aceitas o desafio, publica o teu texto no Facebook, blog ou onde queiras. Depois avisa-me, será um prazer ler-te. Obrigada pela companhia e por ler a minha Caixa de Imaginação. Espero receber os teus comentários. Até breve 😉

Você está criando pássaros em gaiola de concreto?

(Para leer el texto en Español pincha en: Pájaro en jaula de concreto)

pássaro na A Caixa de Imaginação
Ilustração: Claudine Bernardes

O passarinho na gaiola de concreto

O pobre passarinho está preso na gaiola.
Dão-lhe de beber e dão-lhe de comer.
Esperam que cante…
mas, cantar o quê?
Cantar de como é triste a sua prisão?
Que suas asas doem e deseja sua libertação?

O pobre passarinho está preso em sua triste gaiola,
feita de tijolo e revestida de cimento.
Dão-lhe de comer, dão-lhe de beber,
ensinam-lhe a ler.

O triste passarinho já nasceu numa jaula.
Entretanto, ainda é pássaro e anela voar.
Sem perder a determinação,
suas frágeis asas chocam-se
constantemente contra a prisão.

O pequeno pássaro deseja fugir da estreita
gaiola revestida de cimento,
por isso molesta, protesta,
mas ninguém lhe presta atenção.

Inscrevem-lhe em atividade extraescolar,
talvez assim deixe de importunar.
Com a mente cansada e a asa quebrada
o pobre passarinho cai rendido,
mas, ainda assim, não desistiu de voar.
(Claudine Bernardes)

As vezes sinto que estou criando um pássaro numa gaiola de concreto.

Brincar é a atividade mais importante para as crianças.

Não se trata somente de diversão, é também uma maneira de desenvolver-se e de aprender. Segundo o artigo de Melinda Wenner Moyer, na revista “Mente y Cerebro” nº 46 (A importância de brincar),

“A brincadeira estimula a inteligência e reduz o stress. Além disso, de acordo com diversos estudos realizados, a falta da brincadeira na infância, junto com o maltrato, constituem duas variáveis que deterioram o desenvolvimento.”

Lembro-me que de pequena, brincar era o centro da minha vida. Sozinha, com os irmãos, primos ou vizinhos, nos sobrava tempo e o bairro era o nosso jardim de jogos. Estudava? Claro que sim! No entanto tínhamos a liberdade de fazer o que quiséssemos com o nosso tempo livre. Eram outros tempos, não nego. Hoje em dia as crianças já não vivem com tanta liberdade, principalmente aqui na Espanha, onde a maioria das famílias vivemos em edifícios. Soma-se a esta realidade o fato de que na maioria das famílias, ambos pais trabalham e as crianças devem passar cada vez mais tempo ocupadas. Começam a estudar cada vez mais jovens (meu filho aos quatro anos já sabia ler), e para ocupar o tempo são matriculados em diversas atividades extraescolares.

Você pensa que estou exagerando?

Conheço a muitas crianças que chegam no colégio às 8h da manhã (algumas antes), almoçam lá, e as 17h, quando termina a aula, devem participar de inúmeras atividades extraescolares (dança, patinagem, futebol, piscina, matemática etc.). Depois dessa frenética atividade diária, a pobre criança chega em casa e ainda deve fazer os deveres, estudar para provas, jantar, tomar banho e cair rendida de sono… porque no dia seguinte começa tudo outra vez.

É como se cada momento da vida da criança devesse estar programado. Ocupar o tempo dos filhos com qualquer coisa, virou uma obsessão na cabeça dos pais.

Sobre isso, Melinda Wenner Moyer adverte que

“Atualmente os pais priorizam para seus filhos as atividades estruturadas, deixando pouca margem para brincadeiras e jogos livres, os quais beneficiam a criatividade, a cooperação e a conduta social.”

O quê podemos fazer para ajudar as nossas crianças?

Como mãe gostaria que meu filho tivesse uma infância tão feliz como a minha, porém, sou consciente de que não lhe posso dar algo igual. O poema e a imagem que aparecem nesse post, foram feitos por mim para lembrar-me sobre a minha responsabilidade quanto à felicidade do meu filho. E para que isso não caísse no esquecimento, coloquei a imagem num quadro e a pendurei na parede, em frente da minha mesa de trabalho.

Meu escritorio

Outra coisa que fizemos (meu marido e eu) foi criar algumas regras de conduta que nos ajudariam a não manter nosso filho em uma jaula:

1 – A educação do nosso filho é nossa responsabilidade: Hoje em dia a maioria dos pais delega ao estado a responsabilidade sobre a educação de seus filhos. O colégio é um apoio, porém, como pais decidimos estar sempre envolvidos na sua educação, essa é nossa responsabilidade. Dessa forma, nosso pequeno passa no colégio somente o tempo essencial e obrigatório.

2 – Brincar sem outras pretensões: Brincar por brincar, fazendo suas escolhas, bagunçando toda a casa se é necessário (com a responsabilidade de organizar seus brinquedos depois que termine de brincar).

3 – Ir ao parque: não temos jardim, e nosso edifício não tem área de jogos, por isso nos esforçamos por levá-lo ao parque com frequência. Ali pode brincar com outras crianças, inventar mundos entre as árvores e despertar sua imaginação.

4 – Atividade extraescolar limitada: decidimos que somente lhe matricularemos em uma atividade extraescolar, a qual será escolhida levando em conta as suas preferências.

5 – Brincar com a imaginação e reforçar a concentração: Nosso pequeno tem dificuldade em concentrar-se, por isso utilizamos jogos lúdicos que fomentam a concentração (ludo, jogo da velha, Oca etc.), além disso buscamos fazer trabalhos manuais em família e criamos nossas próprias histórias infantis.

Sou consciente, que tentando ser bons pais já cometemos muitos erros. Muitos dias serão duros outros nem tanto, porém nunca desistiremos de dar o melhor, para que o nosso filho sinta-se amado da mesma forma como nos sentimos amados pelo nosso Criador.

Se você entende o Espanhol, recomendo que veja esse vídeo:

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Lugares que convidam a escrever: Morella.

(Para leer en español picha: Lugares que invitan a escribir “Morella”)

Cata-vento

catavento claudine bernardes
Foto de arquivo: Claudine Bernardes

Ele só tinha 3 anos e seu corpo de menino transbordaba energia. Era a primeira vez que visitava a cidade amuralhada. Com suas torres, grandes portais e ruas de pedras… estreitas ruas de pedras… aquele era um lugar mágico! A cidade era antiga e cheia de história, mas ele ainda não tinha consciência de tudo isso.

Seu desejo instintivo, naquele momento, era abrir os braços e baixar voando pela rua de pedra abarrotada de turistas. Pequenos comércios que vendiam qualquer coisa que pudesse estimular os sentidos dos turistas, ladeavam a rua. Ele parou em frente de uma loja de suvenirs e seus pequenos olhos brilharam. Estava emocionado e aplaudia, como se estivesse diante de uma impressionante orquestra musical. Porém, o objeto de sua felicidade era um simples cata-vento. Com suas muitas cores, girava impulsado pelo vento outonal, hipnotizando o menino. Ah! Que ingênua e simples e pura pode ser a felicidade!

cata-vento em Morella
Fotografia, texto e edição: Claudine Bernardes

Confesso! Sou apaixonada por ruas estreitas, e se forem de pedra eu deliro. Acrescentamos  também uma muralha envolvendo a cidade, encimada por um castelo em ruínas, vamos… estou no paraíso!  E Morella tem tudo isso e muito mais. É uma cidade pitoresca do interior da província onde moro (Castellón). As comidas típicas são incríveis e as casinhas, todas pegadas, super antigas, tudo… tudo de pedra, me faz delirar. E claro, me convida a escrever. É uma fonte de inspiração! Cada cantinho, grades enferrujadas de há séculos, portas… ah as portas… como gosto de portas.  Já fui ali muitíssimas vezes, porém uma delas foi muito especial. Registrei esse momento único através do relato acima e também de algumas fotos.   Bem, hoje não não vou escrever muito, mas deixei algumas fotos desse incrível lugar que me inspira a escrever. Espero que você goste.

morella castellón
fotografia de arquivo pessoal.

Curta-metragemMorella, uno de los pueblos más bonitos de España“, por Mireia Ávila. É um curta muito original, recomendo que você o veja. Também está este video promocional sobre Morella. Também não podia faltar a página web oficial de Morella.

foto de a caixa de imaginação
Fotografia de arquivo: Claudine Bernardes

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O despertador não soou! Levantei assustada e saí correndo pra ver o nascer do sol…

O amanhecer no Mediterrâneo

ver o nascer do sol
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim

Acordei assustada e olhei no relógio. Oh, não! O despertador não soou e já era às 6:30 da manhã. Pulei da cama, tomei meu café correndo (porque antes disso não sou gente), me vesti, peguei a bicicleta do meu marido (que é mais rápida que a minha) e saí de casa como quem está dando a luz.

Ainda estava escuro, mas o caminho era longo e eu estava com os músculos frios. Havia duas opções: ir pelo caminho de sempre, que era todo por uma ciclovia e portanto muito mais seguro, principalmente naquela manhã escura; ou, ir pelo caminho rural, muito mais curto, no entanto sem acostamento. Escolhi a segunda opção! Acendi as luzes da bicicleta para evitar problemas e lá fui eu.

Pedalei o mais rápido que pude! Havia pouca gente no caminho, ciclista nenhum, a parte de mim. Comecei a perceber a silhueta rosada do horizonte, indicando que o sol já começaria a surgir e pedalei ainda mais rápido. Não queria perder o espetáculo do nascer do sol. A última vez que o havia contemplado fazia uns 15 anos, e fora no Atlântico (uma experiência inusitada, já os contarei). Seria a primeira vez que contemplaria o nascer do sol no Mediterrâneo, e não estava disposta a perder essa oportunidade. Apesar de pedalar o mais rápido que meu intumescido corpo permitia, o caminho se fez mais longo do que eu imaginava. Estava cansada, sem fôlego e desesperada por chegar.

E cheguei! Saltei da bicicleta correndo para pegar a câmera fotográfica e registrar os primeiros raios do sol… Nãooooooooo! Estava sem bateria! Assim que, iPad, somos só você e eu! Meu fiel companheiro, ainda que limitado era o único que me restava para registrar esse momento (como você deve ter notado tenho por regra utilizar imagens próprias). Bem, você julgará o resultado! Caminhei até o molhe e me sentei para esperar o sol que começava a surgir timidamente. Observei com entusiasmo a luz âmbar que começava surgir entre algumas nuvens pegadas ao horizonte, e senti que me saudava.

Como um noivo extasiado pela beleza da noiva que vai ao seu encontro, me sentei sobre as pedras e esperei que a cálida luz âmbar viesse ao meu encontro. Ela caminhou suavemente sobre as águas, crescendo e espalhando-se gradualmente sobre o Mediterrâneo. Não havia pressa! As poucas ondas dançavam douradas diante de mim, produzindo uma suave melodia. Finalmente senti a luz âmbar tocando minha pele, produzindo a união do homem com a luz. Foi um espetáculo incrível! Senti uma irreprimível vontade de agradecer a Deus e isso fiz. Minha oração matutina foi ali mesmo, sobre as pedras e olhando o mar iluminado pelos primeiros raios de sol. Obrigada, Deus!

nascer do sol espanha
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim.

Agora estou aqui, com uma pedra como cadeira e o mar como janela, tentando registrar em palavras essa experiência. No entanto, nenhuma palavra que exista no dicionário poderá conter os sentimentos que hoje experimentei. Gostaria que você soubesse que ver o nascer do sol com os próprios olhos é ainda mais espetacular. Não consigo descrevê-lo de modo que você possa realmente compreender a sua beleza, é algo para ser vivido. Meras fotos não podem conter tamanha beleza.

nascer do sol, praia espanha.
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim.

Isso me fez ver outra realidade. O amor de Deus, na pessoa de Jesus. Eu posso dizer o quanto é maravilhoso desfrutar do seu amor, posso tentar convencê-lo com todos os artifícios que eu conheça quanto a sua existência, no entanto, minhas palavras e minha vida jamais poderão conter a plenitude do que Ele é. É por isso que eu sempre digo, o cristianismo não é uma religião, porque o amor não pode ser descrito através de regras. Se trata de uma vivência, ou melhor, de uma CONvivência. De uma relação! De um: ver com os próprios olhos e sentir com o coração. Me chame de louca se quiser, mas não deixe a vida passar sem ver esse nascer do sol.

Salmos 19.1
Fotografia e edição: Claudine Bernardes. Praia de Benicassim.

Lembre-se que “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral. Será gratificante receber seus comentários e ideias.  Se gostou,  por favor, compartilhe! (Pinche para leer el texto en Español: Amanecer Mediterráneo)

Janelas que conduzem a outras janelas

Janelas do Castelo de Vilafamés
Foto de arquivo: Claudine Bernardes
Lugar: Castelo de Villafamés (Para conhecer Villafamés clic aqui)

Gosto de janelas! Através delas observo a vida. Janelas nos conduzem a outras janelas. Nos mostram o mundo e uma infinidade de possibilidades. Eu gosto de possibilidades. Janelas são possibilidades. Meus olhos são janelas que me conduzem para fora de mim, por onde os demais me espreitam, me descobrem. Janelas são descobertas. Um canal de comunicação bilateral onde tudo flui. Um intercâmbio de ideias, desde onde as mudanças surgem e se perpetuam.

Os olhos são janelas
Foto de arquivo: Claudine Bernardes Torre de Cuart – Valencia. Espanha
(Para conhecer Torres de Cuart clic aqui) 

Lembre-se que “A Caixa de Imaginação” é um canal de comunicação bilateral. Será gratificante receber seus comentários e ideias.  Se gostou,  por favor, compartilhe! (Puedes leer esta entrada en español: Ventanas que conducen a otras ventanas)

Seis dicas para encontrar respostas criativas aos problemas

Saindo do olho do furacão

Mostra de arte Castellón
Foto de arquivo: Claudine Bernardes. Mostra de Arte Contemporânea de Castellón.

Na semana passada participei em uma oficina sobre como buscar respostas criativas aos problemas (organizado dentro da “Feria Internacional de Arte Contemporáneo de Castellón”). Escutei bastante, aprendi algumas coisas e somando aqui e ali, juntei tudo no que agora compartilharei com você.

Tenho certeza que, ao tentar dar um conselho a alguém que passava por um problema, você já escutou: “Você pensa assim porque não está na minha pele, só eu sei pelo que estou passando”. E também tenho certeza que você mesmo já pensou assim.

É importante “colocar-se na pele” de outras pessoas e tentar ver com os seus olhos para compreender seus sentimentos. No entanto, quando se está passando por um problema, o melhor é “sair da pele”. O que é isso? Quando você estiver passando por um problema, saia do olho do furacão, tente ver a situação desde fora, com outra perspectiva. Isso não significa deixar de lado o problema, ao contrário. É importante ter uma visão geral, uma vista panorâmica que o ajude a encontrar a saída.

Contarei uma experiência que vivi, para que você possa compreender melhor o que estou tentando explicar.

escalar muro artificial claudine
Foto de arquivo. Campeonato de Escalada Esportiva. Ano: 1999. Rio do Sul/SC.

Há anos, quando ainda escalava, fui com meu amigo Michel Aymone em um campeonato de escalada esportivas. Fazia pouco tempo que praticava esse esporte e nunca havia escalado em muro artificial, assim que imagine a situação. Michel, além de ser meu amigo de infância, era também meu fiel companheiro de aventuras e instrutor.

“Claudine, você deve ler a via. Observe as agarras de perto e depois se afaste. Faça um croqui mental de cada passada, escale a via na sua cabeça, pense na posição dos pés e das mãos, só assim você vai alcançar o topo.” Me aconselhou Michel.

Quando a via estava pronta e chamaram todas as competidoras para fazer a leitura da via, percebi que me sentia perdida. Não conseguia concentrar-me ao ponto de “ler a via” desde a primeira agarra até a última. Estava nervosa, porque me sentia dentro do olho do furacão. Tudo girava! E para piorar, a primeira passada não ajudava. As duas primeiras agarras para as mãos não estavam distantes uma da outra, mas a terceira era impossível. Tentei fazer a passada mentalmente, no entanto percebi que meu braço não a alcançaria. Foi então que observei como outra garota lia a via. Ela era muito mais experiente que eu, se notava. Percebi como simulava o movimento inicial dos braços com as mãos cruzadas. Ou seja: ao invés de pegar a agarra da direita com a mão direita e a da esquerda com a mão esquerda, ela havia invertido os braços. Com essa técnica conseguiria alcançar a seguinte agarra, sem a necessidade de fazer a troca de mãos, que poderia resultar numa queda. E é lógico que eu copiei a solução!

Encontrar-se com problemas faz parte do percurso da vida. Inclusive, já falei sobre isso no Post “O caminho e a Pedra”. Fugir deles nem sempre é uma opção. Fernando Pessoa deixou registrado no seu “Livro do desassossego” uma frase que gosto muito:

“Trago comigo as feridas de todas as batalhas que evitei.”

Se você não quer ou não pode evitar essa batalha, deixo umas pequenas dicas que podem ser de ajuda:

  1. Tranquilize-se: entrar em desespero só vai piorar a situação. Bastante óbvio, no entanto, pouco praticado.
  2. Saia do olho do furacão: afaste-se do problema, tente vê-lo desde longe, com outras perspectivas. Imagine que não é você quem está passando por este problema, e sim outra pessoa que você conhece. Que conselho você lhe daria?
  3. Busque soluções alternativas: é um engano pensar que só há uma solução. Seja criativo! Uma solução que num princípio parece absurda, pode ser a resposta que você está buscando.
  4. Peça ajuda: é importante contar com a ajuda de outras pessoas. Nem sempre elas poderão dar uma resposta ao seu problema, porém lembre-se que todo corredor de maratonas tem alguém de apoio para entregar-lhe água durante o caminho.
  5. Observe outros que passaram pelo mesmo problema: aprender com a experiência de outros é uma atitude de sábios.
  6. Escreva a sua própria sugestão: pense em como você enfrenta os problemas, observe as suas debilidades e fortalezas. Nem sempre uma solução que lhe ajudou em outro momento, servirá agora. Uma visão pobre gera respostas pobres. Seja amplo, ampliando a sua visão.
Fernando Pessoa - Livro do desassossego
Foto de arquivo: Claudine Bernardes. Lugar: Villafamés (Espanha) Setembro de 2015.

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